LIDDELL HART e a APROXIMAÇÃO INDIRETA na ARTE DA GUERRA

Flavio MPinto

Sir Basil Henry Liddell Hart (1895–1970), mais conhecido por Capitão B. H. Liddell Hart, era capitão do Exército inglês e grande teórico da estratégia militar. Ferido na 1ª GM, retirou-se e passou a estudar as guerras.

Da análise das guerras mundiais, principalmente, levantou dados que permitiram caracterizá-lo como um dos maiores estudiosos de estratégia militar contemporânea e surgir uma escola de estratégia militar conhecida como a Aproximação Indireta.

A Estratégia Militar sempre foi campo fertil para tiramos lições para o cotidiano civil. Aliás, é uma característica do planejamento e condução das guerras. O aparelho celular, Internet, monitoramento por satélites, GPS, sangue artificial, operações cirúrgicas á distância são alguns dos inúmeros ganhos dados por elas.

Liddell Hart em definitivo separou Estratégia da Tática, que até hoje muitos confundem.

Estratégia caracteriza-se por ser o mais alto nível da decisão. É a arte de aplicar os meios disponíveis com vistas a consecução de objetivos específicos. Um objetivo estratégico e planejar ser campeão num campeonato de futebol- é a diretoria que decide e atua.

A Tática é a parte da guerra que trata da disposição e manobra das forças durante o combater ou iminência dele; trata de como travar o combate. Um objetivo tático é tratar de como comportar-se numa partida daquele campeonato- é o técnico que decide e atua.

Algumas idéias da estratégia da Aproximação Indireta:

- tem como idéia central a inversão do poder de combate antes da batalha, através de manobras, provocando um desequilíbrio favorável ao desencadeamento das operações militares. Tal como os lutadores de lutas marciais fazem buscando uma situação favorável para “encaixar” seu golpe.

- o desequilíbrio psicológico decorre fundamentalmente da sensação de se achar cercado!

- a maior preocupação do comandante militar não deve ser procurar a batalha e sim uma situação estratégica vantajosa.

- sempre que possível buscar uma linha de ação que, para o inimigo, pareça ser a mais improvável.

A Aproximação Indireta no cotidiano:

- ocupar espaços em todosmos setores limitando a ação do oponente.

- intensa propaganda com o objetivo de apresentar algo novo, mas na realidade é apenas uma ação propagandísta.

- planejar lançamento de uma gama de produtos incutindo na concorrência a incerteza do que será efetivamente lançado.

- atuar nos pontos fracos da concorrência.

- planejar de modo a ter a máxima flexibilidade nas mudanças de rumo.

- “jogar” com que o oponente tiver de melhor para derrotá-lo( Judô).

- aliar a estratégia do FOCO com a ação psicológica para desequilibrar a concorrência.