A ARTE DA GUERRA- o livro

FlavioMPinto

A ARTE DA GUERRA é um livro sobre estratégia militar compilado por Sun Tzu a mais de 2000 anos. É um dos clássicos da grande tradição espiritual taoísta e mundialmente conhecido. Tem amplo uso no meio civil por tratar tanto da guerra como da paz. Exibe princípios do taoísmo como meios de compreensão das raízes do conflito e sua administração.

Sun Tzu viveu na China no período dos Reinos Combatentes-500 a 221 aC. Teria sido o comandante do Exército do rei Ho-Iü, do Estado de Wu, cuja capital seria a atual cidade de Wujiang a oeste de Xangai.

Abordaremos resumidamente o que trata cada capítulo do livro. Antes um lembrete:

Estratégia- era como os orientais chamavam o domínio da técnica de determinada luta. Já o Caminho, era a habilidade ou o modo de fazer determinada tarefa. Conceitos muito distintos do Ocidente.Tao- é a fonte de vida. Um ponto de equilíbrio entre a mente e a maneira de se encarar a vida e todas as coisas.Taoísmo- escola de pensamento que busca atingir o Tao e entender-se como se desempenhará o papel no mundo das diferenças( o belo e o feio, o grande e o pequeno, o ser e não-ser, o claro e o escuro, o preto e o branco) sem se deixar levar pelas ilusões.

Cap 1- neste capítulo, Sun Tzu aborda os cinco itens mais importantes que julgava para o planejamento das operações militares e a estratégia a ser usada. O caminho a seguir; o clima, verificando se a época é adequada ás operações, avaliando se pode prejudicar a população civil; o terreno, como meio para progressão das tropas e batedores; a liderança militar como símbolo das virtudes militares cultuadas tanto no Confucionismo como no Taoísmo medieval-inteligência, confiabilidade, humanidade, coragem, austeridade dentre outras; e a disciplina, como fator de coerência e eficiência operacional/organizacional.

Cap 2- relata as consequências domésticas da batalha. Avalia a velocidade e eficiência das operações com advertências para não se prolongar os combates, preservando ou não recursos e energia.

Cap 3- recomenda como chegar ao objetivo e a vitória mantendo intacto o maior número de bens, materiais e sociais, não destruindo as pessoas que estiverem no caminho. Neste aspecto prega que é melhor vencer sem lutar. Trata também das alianças com protagonistas e antagonistas e a preparação completa do combatente.

Cap 4- trata da adaptabilidade e inescrutabilidade como segredos para a vitória. A adaptabilidade, como a capacidade de aproveitar as condições do combate e a inescrutabilidade, como a capacidade de movimentar-se ou manobrar, tornar-se invisível aos olhos dos outros. É o ver e mover-se sem ser visto.

Cap 5-analisa as estruturas organizacionais em combate dentro de uma estratégia. A surpresa e as variáveis táticas, a organização e as qualidades e habilidades individuais.

Cap 6- trata da aplicação do principio taoísta da Vacuidade. Aborda também a capacidade do guerreiro de preservar sua energia e fazer com que o oponente se desgaste. É o princípio da vacuidade em ação- é o encher-se e ao mesmo tempo em que “esvazia” o oponente. O objetivo é chegar-se a não-forma, ou seja, adaptar-se sempre as novas circunstancias.

Cap 7- trata da entrada em combate somente quando estiver preparado. Aborda a necessidade de informações e preparação e os princípios da vacuidade e da inescrutabilidade nas condições que uma tropa deve entrar em combate, dando ênfase as quatro habilidades do guerreiro: domínio da energia, do coração, da força e da adaptação.

Cap 8- Sun Tzu trata da adaptação como a pedra angular da atividade bélica e dirige-se aos generais.” ...se os generais não souberem adaptar-se de modo vantajoso, mesmo que conheçam a disposição do terreno, não conseguirão tirar proveito dela”. A adaptabilidade depende da prontidão como garantia de enfrentar o inimigo.

Cap 9-considera os três aspectos da arte do guerreiro: o físico, o psicológico e o social. O físico como a capacidade de suportar os movimentos no combate; o social na interação entre superiores e subordinados; e o psicológico na sensibilidade dos líderes pela eficiência operacional e o suporte moral dos soldados. Ressalta, também, a necessidade da solidariedade.

Cap 10- analisa o terreno e dá continuidade as manobras técnicas e de adaptabilidade dos protagonistas com as configurações do ambiente moral, psicológico e material, sem deixar de falar dos aspectos morais. “ Considera teus soldados teus filhos bem amados e eles, de boa vontade, morrerão contigo”, assim se refere. “ Quando conheces a ti e aos outros, a vitória não está ameaçada; quando conheces o céu e a terra, a vitória será inesgotável”, assim descreve a inteligência no sentido de preparar a ação.

Cap 11- aborda detalhadamente o terreno e as táticas relativas a cada um, especialmente no sentido do relacionamento do grupo combatente com ele. É o temor que os que não conhecem tem do combatente de selva.

Cap 12- o fogo não era usado militarmente naquela época, embora os chineses já fossem mestres no manejo de fogos de artifício. Sun Tzu faz inúmeras advertências sobre o uso do fogo adverte-“ ...as armas são instrumentos de desgraça que devem ser usadas somente quando inevitáveis”.

Cap 13- o último capítulo trata da espionagem, e não deixa de advertir, como sempre-“ ..Não se pode usar espiões sem humanidade e justiça, não se pode sem sutileza conseguir a verdade dos espiões”.