UM PEDAÇÃO DA HISTÓRIA

Nos idos de 1988 a atual Constituição Federal foi promulgada e novos direitos foram definidos e, dentre eles, destacou-se o direito do Servidor Público organizar-se em SINDICATO.

As lutas de Zé Maurício e seus compenheiros naquele pequeno, obscuro e distante município das montanhas capixaba tiveram seu inicio.

Aproximadamente um ano de catequese, conversas e reuniões ora realizadas no próprio escritório de Zé Mauricio, ora no Salão Paroquial, ora do Salão da Escola prof. Lia Terezinha Merçon Rocha, ora das dependências da Escola Prof. Braulio Franco e ora na Câmara Municipal.

Tudo devido à má vontade e o espírito conservador dos dirigentes municipais ou a colaboração da Igreja Católica, dos diretores das escolas e do presidente da Câmara Municipal. Era um grupelho de verdadeiros ciganos!

Um grupelho que começou a ser formado em “rodinhas” de beira de calçada ou nos velhos e mal conservados banco da Pça. Divino Espírito Santo e que evoluiu para as reuniões formais nos locais já citados onde se discutia o texto do Estatuto do SINDIMUNICIPAL, seu próprio nome e os dos possíveis primeiros dirigentes.

Finalmente um grupo de servidores liderados por Zé Mauricio, dentre os quais se destacavam Gélio, Cabral, Divino Preto, Jamil, Feião, Vadinho, Helena Bolzan, Zé Mecânico, Evanir e seu irmão Jorge Bello, Haroldo Bastos e Cezinho conseguiram reunir um grupo de noventa e dois servidores e no dia 04/12/89 o SINDMUNICIPAL – Sindicato dos Servidores Públicos de Muniz Freire obteve personalidade jurídica com o registro nº 21, às fls. 62/64 do Livº A, do Cartório do 1º Oficio da Comarca de Muniz Freire.

Estava criado o novo organismo já odiado por alguns e aplaudido pela maioria do povo Muniz-freirense.

Primeiro funcionou em lugar emprestado.

Depois alugou um cômodo nas proximidades da Pça. Da Bandeira.

Depois, bem depois e com o esforço de todos, construiu sua sede própria numa rua sem nome e que hoje leva o nome de um de seus fundadores, o nosso inesquecível Alair Pereira dos Santos, o nosso BAJU.

Não se disputava o poder.

Lutava-se pelos direitos sociais e trabalhistas do servidor público municipal, fosse ele pessoal da administração, do magistério ou das obras e serviços urbanos.

Lutava-se por um horário único, por horas extras, pela regularização do tempo de serviço para as diversas atividades, por um Estatuto do Servidor e pelo direito de muitos de se verem guindados à condição de SERVIDOR PÚBLICO segundo as regras recém implantadas pela Constituição cidadã, na palavra do deputado Ulisses Guimarães.

E a luta foi grande.

Perseguições a certos servidores foram enormes.

Velada proibição de Zé Maurício ter acesso a seu ambiente de trabalho foi um fato.

A chamada do Serviço de Inteligência da PM para investigar certos sindicalistas foi posta em prática. Julgavam-se no tempo da ditadura onde tudo podiam.

A convocação dos servidores por parte da direção municipal para o fim de extinguirem o SINDMUNICIPAL foi realizada no Ginásio de Esportes Paulo Roberto Pastore donde Zé Mauricio, o então presidente do SINDMUNICIPAL foi retirado sob verdadeira escolta para que um grupo de sequazes de certos políticos não lhe causassem algum mal. E a reunião terminou em completo e retumbante fracasso.

Mas o SINDMUNICIPAL não se deixou atemorizar ou abaixou a cabeça.

Seguiu em frente e mercê dum grupo homogêneo continuou e continua batalhando por reformas e benefícios ao servidor público municipal hoje já no seu 20º aniversário de lutas vitoriosas.

Que se continue assim!

Se esqueci o nome ou apelido de alguém, que esse alguém me perdoe. São 20 anos de lutas que se procurou recordar e preservar.

REGIS BONINO MOREIRA
Enviado por REGIS BONINO MOREIRA em 17/12/2009
Código do texto: T1983073
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.