ainda nao

tem a morte me espreitando

ja morri tanto pra ela

ja morri de meus sonhos

de minha alma gemea

da ideia de ser grande

ja morri quando tantas gentes morreram

a morte ainda me quer

ela nao percebeu que sou um tanto como ela

talvez por isso consigo engana-la

e morrer tantas vezes

se eu morresse pra sempre

pra sempre mesmo eu digo

nao metaforicamente pra me acharem sofrido ou poeta

pra sempre mesmo

acho que aqui a morte impoe seu respeito

nesse ponto ela me ganha

porque menti muito no comeco desse poema

nao morri pra ela

nao morri para meu grande amor

e nao morri da ideia de ser grande

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 21/12/2009
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