VALE A PENA MONTAR UM TIME DE VETERANOS?

Tomei um susto quando li esta semana aqui no e-Band que o Corinthians estava contratando Marcelinho Carioca, aos 37 anos. Como se não bastasse a lista de jogadores com mais de 35 (Roberto Carlos, Iarlei, Tcheco…), mais um veterano seria por certo uma temeridade.

Mas Marcelinho é apenas uma jogada de marketing. Ídolo da torcida, ele vai disputar amistosos e tentar ajudar a vender a camisa número 100, em comeração ao centenário do clube. Vai ver os marqueteiros não tiveram argumento$ para convidar Rivelino, muito mais ídolo, muito mais craque, muito mais importante na história do clube.

Deixa pra lá. O fato é que o Corinthians deve saber do risco que está correndo ao montar um elenco com média de idade tão alta. Nos esportes coletivos, esse risco é muito maior do que nos esportes individuais.

Vejam o caso de Michael Schumacher que ressurge na F-1 aos 41 anos e tem chances de voltar a ser competitivo. Sim, porque, no automobilismo, o poder da máquina e os recursos tecnológicos ajudam muito. Recorde-se que o brasileiro Emerson Fittipaldi e ganhou a tradicional prova de Indianápolis aos 43 anos, 8 anos depois de ter largado a profissão. Já o britânico Nigel Mansell foi campeão da F-1 aos 39.

No pugilismo, o norte-americano George Foreman recuperou o cinturão dos pesos pesados aos 45 anos. No tênis, a checa Martina Navratilona parou aos 43, mas voltou seis anos depois e conseguiu ser campeã de duplas, aos 49.

No futebol e demais esportes coletivos, o veterano precisa de algo mais em seu entorno. Como Petcovik, que caiu como uma luva no bem montado time do Flamengo.

Cabe aqui uma lembrança especial: a última experiência de Pelé como profissional. O Rei do Futebol estava aposentado quando o Cosmos conseguiu seduzí-lo com um contrato milionário para ajudar a popularizar o esporte nos EUA. Tinha 39 anos. Evidentemente que Pelé não serve de parâmetro para os demais mortais. Um sujeito que chegou à seleção brasileira aos 16 anos, disputou quatro Copas (ganhou 3), fez mais de 1.200 gols e até hoje, com quase 70 anos, é reverenciado nos quatro cantos do mundo, não só pode ser de outro planeta.

Marcondes Brito
Enviado por Marcondes Brito em 26/12/2009
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