FILOSOFANDO O TEMPO NOVO

FILOSOFANDO O TEMPO NOVO

O espocar dos fogos de artifício anuncia uma nova era. Por insuficiência de tempo morreu o ano de 2009, que a história sepultará nos anais do século XXI. Agora será um novo ano. Não fossem os interesses humanos em anunciá-lo e de sua chegada obter mais um motivo de arrufas e festas, ele chegaria de mansinho, sem alarde, querendo entrar em nossas vidas para obrigar-nos a escrever a sua história com os nossos atos e feitos. Mas nós humanos alteramos-lhe a rotina e o descobrimos antes mesmo que chegasse até nós, entre a caravana de emoções e acontecimentos que, com ele, vêm chegando pela estrada do tempo. E, espalhafatosos, como somente o homem pode ser, recebemo-lo com um foguetório digno das maiores festas bucólicas; com comes e bebes condizentes aos banquetes dos césares da antiga Roma; com a alegria no coração e o samba no pé, nas praias, nos barcos e nos salões. Anunciamo-lo, anteciando o folclore carnavalesco, com muito entrudo e festas (e com status de ser usada uma palavra que nem existe no dicionário da língua portuguesa) – reveillon – a todos que, talvez distraídos, às voltas com suas próprias dificuldades e problemas íntimos, não se aperceberam da sua chegada; com o prazer, por parte de alguns, do dever cumprido no espaço de tempo, lapso esse que passou em revista o ano velho que morreu e ficou no passado.

Mas só alguns poucos de nós lembraram uma coisa muito importante e sábia – o agradecimento e o propósito. Quem criou e determinou esse intervalo, a que chamamos ano – no tempo que é eterno, foi a inteligência do homem para que nele fossem realizadas todas as coisas que precisam ser feitas e refeitas e, sem solução de continuidade, transpostas para um novo período em que se computarão novos trabalhos que, somados aos já efetuados, darão continuidade à vida da humanidade.

Nem os cães mordem a mão de quem os alimenta e dá carinho e amizade. Por isso temos que nos lembrar que, quem deu motivo para que tudo isso acontecesse foi o Criador de todas as coisas, inclusive de nós mesmos – Deus. Fazemos festas e orgias mas esquecemos de agradecer a Ele a vida aqui na terra (reencarnação) que, sem ela, nada realizaríamos no plano material para nos dar o gozo de toda a parafernália de emoções e de realizações que ela traz em seu bojo. Esquecemos de propor-nos melhorar ainda mais o que antes já nos parecia bom e, principalmente, de progredirmos um pouco mais na solidariedade, no amor e na caridade para com os nossos semelhantes; de continuarmos humildes, se já o fomos, como nos ensinou o Cristo desde seu berço-mangedoura, cujo aniversário de nascimento celebramos há poucos dias; de apurarmos um pouco mais nosso senso moral; de conseguirmos, enfim, olhar nosso próximo como se nos víssemos no espelho, nele vendo a figura de um irmão gêmeo, a quem amássemos muiiiiito e por quem faríamos tuuuuudo o que fazemos por nós mesmos...

... então sim, se conseguirmos essa façanha de agradecer e de propor-nos melhoras morais e intelectuais iguais às que desejamos ao próximo, teremos, sem dúvida, um FELIIIIIZ E PRÓSPERO E VENTUROSO E VERDADEIRO E EDIFICANTE ANO NOVO, em todos os sentidos.

Amigos recantistas, um próspero ano de 2010 para vocês, com beijos e abraços do afonsomartini.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 29/12/2009
Reeditado em 29/12/2009
Código do texto: T2000859
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