Meu Inimigo ou Amigo Tempo?

“Ai que correria! Não tenho tempo pra mais nada! Que pressa!” (Ângela Maria ou qualquer outra pessoa desta civilização)

Escuto isso todos os dias da boca de todo o mundo. De fato, o tempo já não é mais aquele do século das luzes à vela; da rotina ditada pelo claro do Sol ou da Lua. Tempos idos. Agora é lamparina elétrica, sem choro nem vela. Ilumina a noite até debaixo d’água. Mas o que tem a ver luz com a passagem rápida do tempo? Tudo a ver, ora.

Meus trisavôs não faziam nenhum trabalho à noite, exceto o de fazer menino (risos). Mas o trabalho útil e produtivo mesmo, a escuridão não deixava se fazer. Já com o advento das revoluções tecnológicas, do carvão até a luz inteligente do computador, a história mudou muito. Passou-se a aproveitar a noite, a madrugada e a segunda madrugada, caso existisse, em prol do trabalho. E o tempo? Esse foi super esticado para dar contado do recado. A jornada da mulher, por exemplo, que antes era monovalente (só afazeres domésticos) virou loucamente uma polivalência de inúmeras jornadas e mais jornadas: cuidar da casa, trabalhar fora, fazer curso de estudos, ser esposa do maridão, etc. Sendo hoje ultrapassado o dizer “dupla jornada”; e minha colega Ângela, que me referi no início do texto, faz faculdade de Direito, administra empresa de peças automotivas e cuida de três filhos (maiores de idade, porém não deixam o colo da mãezinha lá).

Contudo, apesar dessa agonia de tempo-tempo, tomemos cuidado: cabe a nós acompanhar a rotação do globo para que ele não nos atropele e acabemos perdidos pelo esgotamento da vida – ela é efêmera, lembremos sempre. Se o relógio está com a corda toda, não adianta brigar. “Somos carrascos e vítimas do próprio mecanismo que criamos”, readaptei aqui a frase do filósofo Raul Seixas. Mas cá entre nós, é melhor não sermos vítimas de tal sistema (a culpa é do sistema, eu sei). Para isso, precisamos escolher estratégias de otimização do espaço-tempo (é a própria física quântica) semanalmente de acordo com nossas tarefas e limitações na realização de trabalho ou trabalhos por expediente. Então, é para aprender de preferência uma coisa: façamos as pazes com o tempo... Oh meu querido amigo Tempo, como vai? Avexado, sim? Bem, sejamos amigos do tempo e vivamos na correria em passos sincronizados em harmonia.

Ufa! Consegui terminar esse texto em 20 minutos recordes! Yeah!

Diego Rocha