Vida de concurseiro II

Luiz Luna*

Depois de mencionarmos os benefícios e contratempos existentes no serviço público, bem como exemplificarmos a diversidade na trajetória de quem busca uma aprovação em concursos, apresentamos algumas dicas e o desejo de estimular aqueles que enveredam por esse caminho fascinante e cheio de encruzilhadas. Como ensina o juiz federal e escritor (dentre outras habilidades) William Douglas, “não se estuda para passar e sim até passar”.

E por falar em William, não há dificuldade em nos espelharmos na sua trajetória, divulgada em um livro com mais de quinhentas páginas e em um dvd, sem contar as inúmeras palestras que ministra Brasil afora. Mas cada um deve construir sua própria história, achar seu método/estilo de estudo. Como já foi enfatizado, não existe fórmula, não existe regra. Entre os principais atributos, estão a fé e a insistência. Porém, não podemos deixar a experiência alheia de lado. Um provérbio árabe nos ensina que “as palavras comovem, mas os exemplos arrastam”. Repito que vamos encontrar lances de acaso (acho que sorte não é apropriado, pois acredito em sua construção), mas provavelmente apenas na aparência, porque na maioria das vezes existe um conhecimento acumulado, uma observação constante do mundo e suas transformações. Outro dito popular é salutar, porque realça que o sucesso é 99% de transpiração e apenas 1% de inspiração. Portanto, aprendamos a garimpar informações, lutando em prol do alcance de nossas metas.

As dificuldades são muitas, isso é incontestável, no entanto a criatividade do povo brasileiro também se faz presente nesse campo. Ainda mais porque temos hoje uma gama de condições favoráveis: mini-cursos gratuitos (Ielf e Damásio, entre outros), vasto material publicado na internet por meio de sites especializados no assunto (pci, correioweb, direitonet...), revistas e jornais, bibliotecas públicas, programas de televisão (TV Justiça e TV Educativa) etc. Há, ainda, os amigos ou futuros amigos, pessoas que têm o mesmo objetivo e podem permutar apostilas, informações ou outros materiais importantes na formação do candidato. Aí, entra em cena mais um chavão: “Quem quer realizar uma tarefa, realiza; quem não quer, inventa uma desculpa”. Essas sugestões driblam a carência financeira, mas quanto a outros problemas? Sem dúvidas, é preciso toda uma adequação de vida, desde a alimentação, até a prática de exercícios físicos, já que eles são responsáveis diretos no processo de aprendizado, porque têm função reguladora do organismo e da memória. Lazer também não pode ficar de fora. Também nessa empreitada, é preciso a busca constante do equilíbrio.

Embora saibamos da extensão do caminho a ser percorrido, quanto mais rápido iniciarmos os primeiros passos, menor será a distância até a aprovação. Não devemos nos preocupar com concorrentes, fraudes ou outras barreiras. Um candidato bem preparado conquistará seu lugar ao sol. Voltando a William Douglas, pensemos estar numa fila e que em breve chegará nossa vez. Ainda discorrerei sobre o assunto, apenas para relatar meu esforço e sentimentos na busca de chegar ao concurso desejado. Então, concurseiros, mãos à obra, quer dizer, aos livros e outras formas de aprendizado.

* Jornalista e especialista em gestão de pessoas.

L L Jr
Enviado por L L Jr em 25/07/2006
Código do texto: T201767