Literatura, Literatura Marginal e Literacia ( Uma reflexão ao abandono escolar e aos leitores)

Quando refletimos a respeito de não termos leitores ou quando nossa reflexão passa para o abandono escolar, sempre nos vem à mente a idéia que estas perdas estão relacionadas ao fato de que a escola não respeita as diversidades culturais existentes dentro dela, da mesma forma que pretende impor seus valores, via suas metodologia.

A utópica idéia de mudar o mundo, por meio da leitura, não pode ser concretizar se não começar por um número pequeno de participantes, entretanto, seletos, pois estão em formação humana dentro do ciclo da vida. E esse número reduzido de participantes deverá ser incentivado a começar no seu espaço físico alcançável, numa projeção futura para o mundo e, no mínimo com resultados para seu mundo, que conseqüentemente agirá sobre os demais. E assim, sucessivamente, a engrenagem de mudança começar a “andar”. Uma ação comunitária benéfica para todos.

Nossos estudos e propostas começam à margem das metodologias existentes, mas que possuem resultados significativos. Quando lembramos/definimos “obras marginais” queremos começar por aquilo que entendemos ser o primordial entre professor e aluno, a saída das formas convencionais aplicadas, digamos marginais as metodologias de ensino desta disciplina com a utilização do material disponível a partir do aluno. Como esta possibilidade de inserção da Literatura Marginal dentro da sala de aula, podemos começar por formar leitores para podermos ensinar a literatura a partir das obras que nossos alunos gostam de ler, que nos parece a mais justa.

Toda e qualquer indicação de leitura deve ter uma atenção redobrada, bem como às inúmeras companhas de desenvolvimento para o hábito da leitura que defendem a idéia de uma inserção por aquilo que julgam os alunos precisarem. Esta responsabilidade de ficarmos atentos vai fazer com que percebamos se algumas destas obras consideradas marginais não estão atendendo a uma demanda social para se estabilizarem comercialmente e excluíndo o que nossos alunos trazem consigo como metódo de aprendizagem.

Analisando o papel do professor de literatura, antigamente tínhamos a idéia de que deveria ser o professor a fornecer indicações de livros, assim como ensinar o percurso da literatura feito pelos escritores ao longo dos tempos. É uma forma de metodologia, bem verdade, mas não é a única e nem deve ser mais a única, porque o uso de tais práticas tem distanciado o aluno das obras literárias e se é uma (des)construção de aprendizagem não combina com E-DUCAÇÃO, porque e-ducação é antes de tudo formar o homem no todo, considerando seu passado, presente e o seu futuro.

Afinal, a idéia de ter à frente um professor que repassa conteúdos, com objetivos específicos, atendendo a demanda mercantilista, é um ato consciente, no mínimo, devastador para a formação do aluno enquanto leitor e no seu todo.

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Gislaine Becker
Enviado por Gislaine Becker em 25/01/2010
Reeditado em 25/01/2010
Código do texto: T2049927
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