O aposentado. Um eterno injustiçado pelo Governo Federal.

O Congresso Nacional aprovou, com emenda à Medida Provisória 288 (que trata do aumento do salário mínimo), o índice de reajuste nas aposentadorias e pensões das pessoas que recebem acima de R$ 350,00, observando o percentual de 16,67 %, retroagindo a 1° de maio de 2006.

De maneira apreensiva, mas esperançosos, os interessados aguardavam a sanção do Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, principalmente por entenderem tratar-se de um político popular que sempre demonstrou, em sua campanha eleitoral, a defesa dos direitos dos assalariados, no caso, cerca de 8 milhões e 300 mil aposentados.

Lamentavelmente, porém, com a alegação de que esse percentual proporcionaria a elevada soma de sete bilhões de reais, comprometendo o orçamento da União, o Sr. Lula vetou, em 10 de julho em curso, o respectivo aumento, frustrando as expectativas daqueles que cumpriram as suas obrigações previdenciárias e estão recebendo valores defasados.

Todos os aposentados devem compreender a preocupação do presidente Lula, entretanto, não conseguem entender como esse mesmo compatriota, ao invés de procurar fazer justiça melhorando o padrão de vida dos ex–contribuintes, prefere sobressair-se politicamente, ajudando um país vizinho e, mais ainda, se compadece da situação delituosa em que se envolveram diversos e antigos companheiros de militância política os quais, se prevalecendo dessa prerrogativa, achacaram os cofres públicos em milhões de reais (mensalão) e ele, até agora , não esboçou uma efetiva reação que evidenciasse severa punição, com o ressarcimento dos valores surrupiados.

Tendo em vista essa decisão do Sr. Lula, totalmente desprovida de senso humanitário, eu, um dos legítimos contribuintes do INSS e, aposentado há onze anos, estou declarando publicamente o meu repúdio ao presidente, que poderá também ser desprezado, nas urnas, por milhares de outros brasileiros, decepcionados com o seu modo obscuro de governar a nação da qual, orgulhosamente, sou um de seus filhos.

Demarcy de Freitas Lobato (Em memória)
Enviado por Demarcy de Freitas Lobato (Em memória) em 01/08/2006
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