É Errando Que Se Aprende

Tempos passados, lá estava eu criança brincando de bola sozinho no quintal da casa de titia Carmén, quando de repente: (BING!) quebro um enorme jarro de louça dela! -- Êta! E agora, o que faço? - Imaginei comigo mesmo. E como conjugado a desgraça do ocorrido, aparece-me titia à janela e diz: -- Meu filho, o que aconteceu?(...) Bem, não se preocupe, pois é errando que se aprende (...) Na próxima vez tome mais cuidado -. Assim lembro-me daquela lição, e não uma bronca, em voz doce e suave de uma senhora religiosa e sábia que ela era.

Bem, como disse minha tia: “É errando que se aprende”. Pois é isso mesmo. E aqui acrescento tal dito popular com a frase do escritor paulistano Eugênio Mussak: “errar é saudável, desde que você assuma que errou, repare o dano que causou e aprenda com ele”. Sublime. Nessa filosofia aponho a ciência exata, e diz o físico Paul Davis que a ciência veio depois de várias tentativas e erros. E perceba: não somente de acertos! Deste modo, o conhecimento derivou da catalogação dos erros e do proveito desses repetitivos tropeços – ou quebra de jarros... Também me lembro do incansável cientista da modernidade, Galileu Galilei, contestando o ERRO da teoria física do famoso mestre grego Aristóteles, em episódio da velocidade diferenciada da queda das massas, Torre de Pisa, Itália. O equívoco teórico aristotélico se curvou ao acerto de Galileu. Correção de uma autoridade da história da ciência.

Em outras palavras, começamos a fazer a vida, o saber, no momento que “aprendemos a prender” com os erros observados no passado. É a idéia do VIVENDO E APRENDENDO, como prefira, na qual me vem à memória em brilhante ensinamento do psicólogo Jean Piaget: cada ser humano constrói seu próprio conhecimento – Teoria do Construtivismo.

Que titia me deu um ensinamento quando quebrei aquele grande jarro (objeto simples do saber), isso sim. Errei por ser estabanado. Mas fui agraciado pelo valor do erro, então, dei a volta por cima em ter aprendido a não quebrar mais nada até hoje, pelo menos jarros.

Diego Rocha