Mente & Cérebro X Materialismo & Idealismo

Mente & Cérebro X Materialismo & Idealismo

Para João Fernandes Teixeira, pos doutor pela University of Essex, da Inglaterra, e professor de Filosofia da Universidade Federal de São Carlos, a estrutura do cérebro é tão complexa que não podemos compreendê-la, de modo que sua relação com a mente é intratável. Imaginemos, nos propõe Fernandes, um “tipo” de cérebro simples que possui bem mais que 10 bilhões de neurônios. Se o ser que o possuísse tivesse 100 pensamentos por segundo, durante 100 anos seguidos, somando 316 milhões de pensamentos, apenas 39 neurônios bastariam para a realização desta operação, de modo que tantos pensamentos poderiam ser gerados por uma fileira binária de 39 lâmpadas, acendendo e apagando, gerando informações. Sendo assim, o cérebro é tão complexo que não podemos desvelar todos os seus mistérios. Para que compreendêssemos nossos cérebros, eles deveriam ser muito mais simples do que são, mas se fossem muito mais simples, nossa capacidade intelectual seria muito menor, de modo que não poderíamos entendê-los. Eis um circuito viciado. Friedrich Nietzsche, muito razoável em suas reflexões, permanece ecoando em sua máxima; “Há limites, também, para o conhecimento”! Para Teixeira, portanto, a escolha pelo materialismo, ou pelo idealismo, não pode ser corroborada logicamente. O modelo de ciência que escolhemos adotar, portanto, é uma questão de fé. Sua construção final é a afirmação daquilo que, por ideologia ou por outros motivos, “queremos” acreditar.