O EMBRULHINHO DO TEMPO

O EMBRULHINHO DO TEMPO

O tempo é um embrulho feito com o requinte de que só Deus é capaz, para dar um presente tão valioso à sua criatura – o homem/alma. Em seu exterior traz as fitas coloridas e as estampas próprias de um presente envolto pela natureza, como somente um Pai amantíssimo pode proporcionar. Quando abrimos o presente, rasgando suas vestes coloridas (para dar sorte), conforme a filosofia de superstição criada pelo ser humano, vemos que por dentro é ilimitado, haja vista que o tempo é eterno. Mas foi Ele, o doador desse presente, que nos sugeriu pôr limitações nesse tempo, quando limitou a um determinado lapso, cada passagem do homem material pelos mundos por Ele criados. Dotou esse mesmo homem de carne, de um princípio inteligente, a quem chamou espírito.

No princípio, esse princípio inteligente (ou espírito), ao usar pela vez primeira a máquina – esse invólucro material que é nosso corpo – fez dele uso para locomover-se por algum tempo sobre a face da terra. Teve que aprender tudo. Mesmo a procura de alimento, como fez a princípio pelo instinto da fome, lhe foi penoso. Servindo-lhe de escola o princípio, esse espírito preparou-se para as etapas vindouras do aprendizado. Instruir-se qualitativamente no sentido da evolução material e intelectual era a meta. Tudo isso para que, enquanto homem, tenha ele melhores condições de vida e, segundo mau juízo dele que, perante as dificuldades encontradas, passou a pensar como se humano fosse, não mais como espírito. E com essas melhorias produzidas pelo avanço dos conhecimentos, fruto da sua própria inteligência, pareceu-lhe usufruir de plena felicidade.

Mas é outra a destinação para a qual Deus criou os espíritos. Criou-os eternos, a partir da sua criação, sem nódoas, isto é, sem serem maus nem bons, mas ignorantes, para que por seus próprios merecimentos obtenham o desenvolvimento moral e intelectual que lhes alcance a sagração de pureza. Por isso, em sucessivas etapas e por seu livre arbítrio, com a finalidade de merecimento próprio, os espíritos encarnam num corpo humano; recebem por missão, não só o aprimoramento intelectual com vistas ao desempenho das atividades materiais deste mundo em que nasceram como seres humanos, mas, principalmente, com o status intelectual adquirido, evoluírem o sentido moral da purificação, para manejo dos seus afazeres terrenos e para o trato afetivo e solidário com qualquer outro ser humano, tem do-o e tratando-o como irmão – seu próximo.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 12/02/2010
Reeditado em 12/02/2010
Código do texto: T2082978
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