A Outra Guerra

A OUTRA GUERRA

Seria a guerra um fato isolado ou a culminação de um processo de violências, agressões e incompreensões que se vêm somando através de um longo tempo?

E o que dizer da guerra que se trava a todo o dia, a toda a hora, no cenário da política, das relações humanas e familiares?

A outra guerra, a da mídia e a das manchetes dos jornais  que passam a vender mais nos tempos de grandes crises  não é outra que o resultado daquela, microscópica e quotidiana.

Deus não tem nada a ver com essas guerras. Convida-nos a refletir sobre as causas de tantos desentendimentos. O Deus único, acima de qualquer ideologia, que deixou impressa nos corações e mentes humanas a sagrada inscrição da evolução e da fraternidade.

Não podemos ficar indiferentes ao sofrimento dos outros e à barbárie; às milhares de crianças órfãs e aos lares dilacerados; às políticas desumanas que jogam povos contra povos para atender mesquinhos interesses materiais.

Não podemos ficar indiferentes ao ódio disseminado nas mentes infantis pelos senhores das guerras que as transformam em veículos do terror gerado em mentes pervertidas por séculos de rancor.

Deveremos seguir lutando pelo direito de pensar com liberdade para não converter os nossos filhos em autômatos, em selvagens, em animais incapazes de pensar e de valorizar a vida humana como algo sagrado. Esta animalização é a irracionalidade, a anulação de toda a possibilidade de evolução, a negação da civilização.

A verdadeira liberdade é a de pensar. Enquanto estivermos presos a preconceitos seculares que nos têm dividido em raças, credos e ideologias seremos escravos destas idéias retrógradas na ilusão de um liberalismo que se volta contra nós e nossas famílias como as bombas-assassinas que caem por toda a parte.

O que é, afinal, o terror?

Não são terroristas os que assaltam nas esquinas? Não são terroristas os que seqüestram jovens inocentes e pais-de-família? Os que invadem a propriedade alheia? Os que ameaçam e fazem chantagem?

O terror é um estado de grande pavor ou apreensão, grande medo ou susto. O terrorismo é o modo de coagir, ameaçar as pessoas impondo-lhes a vontade pelo uso sistemático do terror.

Como se vê, o terror está presente em muitas partes e todos temos a oportunidade e a possibilidade de combatê-lo desde aqui, de um país sul-americano duvidosamente pacato.

A pobreza disseminada pelo mundo tem gerado uma insatisfação global habilmente manipulada por déspotas que insuflam o ódio contra o mundo desenvolvido e dito livre, e justificada pela tergiversação religiosa que maldosamente coloca Deus na linha de frente de cruzadas suicidas.

Deus quer a vida, o entendimento e a harmonia. Está presente em cada criatura humana que merece de seu semelhante o respeito e a consideração que cada um deve a si mesmo e à Grande inteligência imanente à Sua Obra.

O Deus oculto, o Deus da Verdade, murmura no silêncio de um alvorecer e no milagre de um nascimento que Ele não é o pai vingativo que joga seus filhos, uns contra os outros, nas guerras fratricidas que se repetem no decorrer dos tempos.

Não precisamos ser futurólogos ou profetas para vaticinar que em pouco tempo se acentuará a destruição do planeta que já vem acontecendo desde o início do século passado. Hoje temos os armamentos e a possibilidade efetiva da autodestruição.

Os profetas antigos vaticinaram o final dos tempos em função de ocorrências climáticas e geológicas sem imaginar que a ignorância e a perversidade humanas chegassem ao ponto de produzir armas para a destruição total.

A ignorância e a inconsciência têm permitido que o mal se tenha alastrado com tanta velocidade. O mal que se origina na mente humana tornou o ser humano insensível defronte das atrocidades que ocorrem ao seu redor e que é causada pela ignorância que cega os entendimentos e faz crescer nas mentes verdadeiros monstros psicológicos. A inconsciência torna os seres frios e insensíveis, incapazes de se conectar com uma vontade superior que quer a vida, o entendimento e a união.

O homem, figura ímpar nesta parte da criação, com sua capacidade de pensar, criar, ser consciente e ser humano, vem se transformando no antípoda do criador, no inconsciente, no cego, na fera que suplanta qualquer animal com suas atrocidades.

Se as coisas prosseguirem como estão, não será difícil prever momentos terríveis pelos quais todos haveremos de passar caso não haja um despertar das consciências que permita afastar da Terra as sombras da ignorância e da inconsciência.

Esta é a era das grandes maldades. As grandes descobertas e o grande avanço tecnológico têm servido para infernizar a vida humana.

O despertar das consciências é o único caminho para reverter a tendência suicida em que nos encontramos. Caso uma parte desta humanidade não experimente este renascimento, não serão as súplicas, nem os tratados, nem as alianças que haverão de salvar a Terra da destruição total.

Quando muitos homens compreenderem que só existe um caminho que cada um deverá construir para depois trilhá-lo individualmente; que a possibilidade de redenção dos próprios erros existe em cada criatura humana e que só ela poderá realizá-la, o ambiente mental deste mundo se transformará e poderemos reverter a tendência suicida que se instalou nas mentes humanas.

Esta transição caracterizará o final dos tempos obscuros e amargos e o início de uma nova civilização.

Nagib Anderáos Neto

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Nagib Anderáos Neto
Enviado por Nagib Anderáos Neto em 03/08/2006
Código do texto: T208413