NÃO ME MEÇA COM SUA RÉGUA!

NÃO ME MEÇA COM SUA RÉGUA!

FlavioMPinto

A régua nos remete a uma figura retilínea com graduações simétricas para serem tomadas medidas. Destina-se a medir e definir espaços. É precisa.

Origina-se de uma palavra francesa- règle- que quer dizer lei ou regra.

Retilínea é sua conduta diz-se quando nos referimos a uma pessoa correta, certa, sem máculas. Uma pessoa confiável e passível de receber os mais diferentes encargos, dentro de sua capacidade, sem desviar-se do rumo. Uma pessoa que convive na sociedade com seus valores eternamente reconhecidos e é, também, reconhecido individualmente por aplicá-los.

O traço de retidão é visto de uma maneira muita rígida nos ensinos orientais. No budismo, o Iluminado traçou aos seus discípulos os Oito Caminhos Nobres. “Compreensão correta, Pensamento correto, Linguagem correta, Comportamento correto, Modo de vida correto, Esforço correto, Desígnio correto, Meditação correta”. Buda traçou com sua régua, o código para que seus seguidores evitassem dissabores e tristezas no caminho da vida.

Analogamente, todo credo, nação ou instituição depende de regras para sua identidade e funcionamento. Sem critérios, a vida seria por muito complicada. Daí a necessidade que o homem teve em estabelecer leis e padrões de conduta que norteassem suas ambições.

O ser humano é uma máquina complexa. Cada um tem uma personalidade, uma formação, um pensamento, um caráter e por conseguinte um rol de atitudes distintas. Vai daí o entendimento distinto de qualquer ato que se faça. Cada um tem uma interpretação de acordo com sua vida pregressa.

Uma verdadeira torre de Babel com enfrentamento de egos.

Uns conseguem superar, enquadrar-se e viver de acordo com os ensinamentos ditados por sábios a milênios. Outros não. Uns são felizes , outros não.

Uns querem impor sua verdade, outros deixam que cada um descubra a Verdade, e apenas observam, orientam, esclarecem.

Uns toleram a opinião alheia, outros não e querem impor seus desígnios tortos, criticando os primeiros, ofendendo e não se rendendo aos princípios básicos da convivência humana.

Uns querem e deixam viver, outros querem medir todos pela sua régua demarcada de valores preteríveis.

“Fé inabalável só o é a que pode enfrentar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade” ( Alan Kardec)