A FALA DO POVÃO

A FALA DO POVÃO

Buenas, pissuá. Temo num ponto tar, que precisemo assuntá as briga dos homi que nóis botemo pra sê nossos representante. Sinão, nóis só elege e é eles que fala e fais o que quisé. Ansim num dá. Temo qui assuntá si elegemo certo. Não sei lê direito, muito meno escrevê. Mais sô eleitô qui a lei deu pra nóis anarfabeto os direito di votá. E isso dá pra nóis us dever di segui as notícia du qui elis fais i criticá si elis fais coisa errada o de mal gosto. Antão pedi pro meu amigo Martim, que é das letra, pra me cedê u lugá uma vezinha só nos jorná que eli iscreve pra dizê uque penso. Eli tanto aceitô como iscreveu uque eu disse pra eli iscrevê, purque não entendo esse tar di computadô.

Puis é, desdi bem pequenitinho o pai já dizia qui a gente nunca iscolhe us que fais arguma coisa pur nóis, e oia qui já fais tempo isso. Já tô veio i tudo continua du memo jeito. Pra elis fazê arguma coisa qui preste pra nóis du povão, elis num tem tempo, precisa “visitá as base”. Mais pra brigá pur causo dus osso qui tá sendo distribuido no cungresso, aí, sô, elis tão tudo lá, latindo i mostrando us dente tar quar uns guaipeca sarnento di rua... e dêle gastando nosso rico dinheirinho à toa! .. i nóis qui semo us anarfabeto, us matuto i caipira das roça! Inda que seja lerdo us guverno pra discobri qui este o aquele tá robando eli (qué dize, robando u povo brasilero), às veis discobre. Mais só discobre, purque pra pegá os cara e puni, num dá. Tem a tar de imunidade, qui num dexa eli metê os homi nu xilindró. Tem a tar da lei qui absorve tudo us crime qui u bandido tem inté eli assumi u cargo di deputado o senadô. Pode sê quarqué desses vendedô di maconha qui, si fô elegido e posto no cargo, virô home de bem, capais de sê declarado santo pelu papa. Agora tão brigando pur causo dus cartão pra gastá u dinheirinho qui elis recebe du guverno prus ministério. Vanceis acha que nu meio dus funcionário num tem, às penca, us qui gasta em coisa atoa u qui é pra só sê gasto nas necessidade da sala em qui elis trabaia? Tá assim de guri malandro! E num só de funcionário, de chefe tumem. Mais inté elis resolvê quem vai sê us relatô mais us presidente das tar de CPI, o causo já foi isquecido e nem sabe mais purque elis brigaro.

I nóis, uque qui fais? Gritemo; se discabelemo; xinguemo us homi... o vamo tomá mate cum a muié! Acho qui nóis pode fazê ao meno uma coisa boa: tomá nota du nomi dessa tropa di vagabundo qui tá lá, us qui fais as coisa mar feita, i num votá mais nelis quando elis é candidato di novo. O resto nada nóis pode fazê sinão chorá as mágoa i gritá pra tudo u mundo qui nóis num tá di acordo.

Zé du Brejo (um amigo do peito)

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 24/02/2010
Reeditado em 24/02/2010
Código do texto: T2104516
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