PEFE (6)

O buraco negro da campanha eleitoral.

Faltando dois meses para a oficialização da farsa eleitoral (os programas secretos de apuração de votos já devem estar em fase final de ajuste), os dirigentes (governadores, ministros e similares) públicos passam seus cargos aos vices. Neste instante, ocorre a seguinte situação: quem está saindo deixa o cofre quase vazio para que dentro de quatro meses o sucessor não tenha meios de honrar os compromissos de pagamentos, tendo em vista que o titular ao sair, concedeu aumentos a funcionários (por que não o fez no seu segundo ano de mandato?), contratou novos servidores, assinou convênios (que deveriam ter sido feitos há mais tempo, por menor preço) com empresas de serviços e atos similares. Ignorou solenemente a lei que deveria vigiar seus gastos, pois sabe que nada ocorre após as CPI's e os processos inócuos. O caos futuro servirá para reforçar sua imagem (acusando o vice, geralmente de outro partido) perante os eleitores que servem de testemunhas sofridas e passivas deste processo, mas canalizam suas atenções para saber quem deu o pum mais cheiroso no programa Big Bobo Brasil.

Nestes diversos meses de caos público, onde as verbas destinadas à saúde, educação e segurança serão gastas em propagandas eleitorais, ainda seremos obrigados a ouvir (não temos o direito de trocar de programa no horário usado) as acusações mútuas entre os concorrentes aos cargos públicos. Cada um tentará expor seus adversários ao ridículo em função de vestígios de escândalos mal investigados e mal concluídos. Mas nenhum deles abordará as questões fundamentais que corroem nossas estruturas patrióticas. Ninguém prometerá realizar investigações e adotar medidas concretas para combater e eliminar as causas de nossa pobreza. Quem cobrará os impostos devidos pelas empreiteiras e banqueiros ao INSS? Quem terá coragem de conferir os balancetes dos laboratórios que aumentam os remédios a todo instante condenando os menos afortunados a uma morte lenta e dolorida? Quem irá questionar a ação do BNDES emprestando nosso dinheiro para estrangeiros comprarem nosso patrimônio nas farsas das privatizações? Quem irá investigar a ação do PROER ajudando bancos falidos que fazem parte do grupo que obtém lucros de 200% num ano contra um medíocre crescimento do PIB? Quem terá bravura para acabar com o cartel dos planos de saúde, das universidades particulares e do comércio de combustíveis? Quem vai agir para implantar uma reforma judiciária que permita prender os ladrões dos cofres públicos?

No lugar destas atitudes, durante dois meses certamente prometerão criar milhões de empregos para algumas centenas de milhares de esfomeados, sem dizer que as empresas agraciadas ficarão isentas de impostos durante 25 anos para estabelecer suas bases na região e que um funcionário ganhando 5M é despedido e outros 3 ganhando 1,5M são contratados. Apenas não explicarão porque não criaram a décima parte de oportunidades reais durante o corrente mandato. E se a seleção de futebol conseguir o título mundial, prometerão presentes aos abastados atletas (casas, carros e outros) que com tanto "sacrifício" trouxeram grande glória à nossa pátria. Os eleitores-torcedores extasiados e anestesiados votarão em qualquer coisa que carregue a bandeira de seu clube preferido. E com isto, nossa pátria continuará sendo dirigida por elementos do tipo Ricardo Teixeira, Ciro filhote de FHC, família Sarna, Lula, Eurico Miranda, Picolé de Xuxu, Edmundo Silva, "presidengue" Serra, "Caixa Dágua" e outros depósitos de entulhos imorais. E desta forma, continuaremos caminhando a passos rápidos em direção ao abismo negro que engole os países que abrem mão de sua dignidade e se transformam em colônias dos grandes capitais do planeta e que serão descartados quando suas riquezas naturais estiverem esgotadas.

Afinal, dentro do buraco negro que se aproxima, não há o que escolher para dirigir nossos destinos. A tarefa agora é zerar o cronômetro e aguardar a convulsão social dos “sem-restos” para sobreviver, que invadirão propriedades urbanas quando seus estômagos estiverem colados.

Depois que 23 (de 24) Deputados de Rondônia foram apanhados com a mão na grana pública, quem tem coragem de dizer que não devemos votar NULO? Quantos participantes do esquema “sangue-suga” serão reeleitos? É com esta corja que mudaremos os destinos da pátria?

Haroldo
Enviado por Haroldo em 09/08/2006
Código do texto: T212668