Engatinhar para depois andar

Estudos indicam que, até os dois anos de idade, a criança absorve muito mais informações do que em qualquer outra faixa etária. É sua chegada ao mundo do desconhecido, e, de repente, ela já é capaz de falar, distinguir cores e formas geométricas, solucionar cálculos simples. Em pouco tempo, a criança é capaz de desafiar os pais, questionando-os constantemente, e não raro ouvimos frases como “a geração atual já nasce sabendo”.

A criança é imatura, inconclusa no que diz respeito à sua personalidade. Os pais, que muitas vezes não percebem o quanto os pequenos precisam de mais tempo de convívio familiar, acreditam que há coisas mais importantes para o futuro de seus filhos. Aulas de inglês, balé, judô, informática, natação, reforço escolar, e logo o currículo de uma criança de dez anos é maior que o dos próprios pais.

Do mesmo modo que entram cedo na escola, muito cedo são obrigadas a decidir “o que fazer da vida”, muito embora não seja tarefa das mais fáceis escolher uma profissão aos dezoito anos.

Divididos entre sonhos, a profissão bem-sucedida dos pais, e aquilo que lhes dará mais dinheiro, o adolescente, quase adulto, se desespera no último ano da escola normal, muito mais por conta do que se espera dele, do que realmente por aquilo que ele quer para si.

É bastante comum não ter certeza de um futuro ou não se sentir seguro o suficiente, ainda que muitos não aceitem esta ideia. O despreparo também faz com que muitos desistam antes da primeira tentativa: a escola não era das melhores e há muito que ele não aprendeu.

No sistema competitivo em quem vivemos, ceder às pressões externas é algo rotineiro durante o desenvolvimento da criança e do jovem, e a torrente vem de todos os lados, seja dos pais, dos professores, do mercado de trabalho e da sociedade em geral, principalmente.

Decidir a futura profissão é complicado, e pode ser feito a partir da experimentação, tendo contato com outros profissionais, estagiando em uma empresa, viajando sem os pais para outro país, entre outros meios.

É importante pensar nas necessidades primárias, o que vai manter o indivíduo financeiramente (é este o caso de muitos no Brasil). Melhor ainda podendo combinar com aquilo que se gosta de fazer, seja aos dezoito, por volta dos vinte, ou ainda depois.

Tentar não se acomodar é primordial para o futuro profissional. Continuar os estudos, fazer novos cursos antes da faculdade ou mesmo trabalhar por um tempo é bom para que se conheça novos ramos, e também ajuda a encontrar respostas em si próprio. Evita-se assim, a entrada e saída constantes da universidade sem antes concluir qualquer plano.

É importante se autoconhecer para então definir um foco, e, dentro dele, ser o profissional de qualidade, competitivo e versátil que o mercado exige, mas, sobretudo realizado sob quaisquer aspectos.

Carol Bohone
Enviado por Carol Bohone em 08/03/2010
Código do texto: T2127350
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