RELIGIÃO E FÉ NA SOCIEDADE BRASILEIRA


" Para os que creem, nenhuma explicação é necessária. Para os que não creem, nenhuma explicação é suficiente."

               (Santo Inácio de Loyola)

A experiência religiosa não se dá apenas numa comunidade de fé, mas também no meio do mundo da história e da sociedade. É aí que se vai descobrir uma dimensão fundamental da fé. A dimensão da prática da fé, nos é dada para que tenhamos uma prática decorrente e coerente com esta fé. Tem que haver uma rotina na qual se manifeste a fé.

No caso do Cristianismo, a fé é antes de tudo uma prática que deve ser vivida radicalmente. É agindo que vamos poder descobrir e nomear as experiências fundamentais e os conceitos, como amor, perdão etc.


Praticar a verdade é, pois, o caminho para se chegar à luz dessa verdade. A verdade da fé não é uma teoria que prescinda da pessoa e da existência real e histórica. Mas é um caminho, no fio da história, que determina a existência de todo homem.


Quando se percebe que a realidade está atravessada pela opressão e injustiça, a fé é chamada a dar resposta libertadora e transformadora. Esta resposta não pode ser apenas paliativa e pontual, mas deve transformar as circunstâncias e situações que impedem a justiça e o amor, criando condições melhores de vida.


Os frutos da fé devem se fazer sentir no meio da realidade no sentido de produzir uma vida melhor para o homem como um todo e todos os homens. Fé e religião que não produzam frutos de justiça, de amor, de direito, serão ainda possíveis de ser reconhecidas como fé e como religião?


O Jornal “O DIA” resume a matéria sobre Fé e Religião no Brasil e como as pessoas as estão mesclando.


Assim como o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, muitos cariocas também” flexibilizam “suas crenças".


Em busca do conforto proporcionado pela religião, vale tudo, de tocar tambor a se curvar às leis do Corão, até conciliar o Torá ao livro de Kardec. Num país onde 73,6% dos brasileiros ainda se declaram católicos, o sincretismo é cada vez mais comum. No início do ano, o presidente do Tribunal de Justiça, (TJ), provocou polêmica ao mandar tirar o crucifixo do plenário e definir sua religiosidade: ‘Sou maçom, judeu e Kardecista”.

O Rio tem centros espíritas frequentados por judeus, assim como uma sinagoga messiânica onde a palavra de Jesus e propagada por novos evangélicos que mantêm a fé no Torá.

“Sou judeu por tradição, mas nunca frequentei sinagoga. Meu pai, minha mãe e meu irmão são kardecistas, apesar de judeus. Nasci do ventre de mãe judia e pai judeu, não é questão de escolha”, diz Zveiter. No gabinete, ele mantém imagens do seu guia espiritual e de um rabino. Na mesa, copo d’agua cheio contra energias negativas. Segundo ele, além do berço, o que faz judeu é guardar as tradições e praticar o bem: “Eu me considero mais judeu do que muitos judeus”.


Fundadora da Sinagoga judaica messiânica, no Humaitá, a pedagoga Ângela Mizhari Homfani também não se considera menos judia, apesar da fé no Evangelho:” A gente não muda de religião, apenas se completa. Celebramos todas as datas judaicas, mas cremos na Palavra de Jesus”.


O Presidente do Trbunal, diz que seu perfil religioso se explica pela própria trajetória familiar.”Nunca frequentei sinagoga, mas me considero mais judeu que muitos judeus. Não é questão de escolha. Quando fez 13 anos, idade em que pela tradição o jovem comemora sua entrada no mundo adulto, não comemorei”,lembra. Ele, então recebeu carta do seu pai em que dizia:” Não praticamos a religião dos nossos ancestrais, o que não impede de sermos judeus”.

Triplicou o número de não – católicos, diz o IBGE, que declaram não praticar a fé católica em seis décadas. Em 1940, apenas 5% diziam ter outra ou nenhuma religião. Hoje 15,4% declaram-se evangélicos e 1,4% Kardecistas, entre outros.


O pastor da Igreja Presbiteriana de Jacarepaguá Marcos Amaral, 47anos, filho de umbandista e único membro da família evangélico. Por isso, defende a eterna busca pela fé;” A gente desaguou numa sociedade desalmada, sem espírito. E essa é a solução para o novo século, a retomada do sacro, onde o homem vai reencontrar seu equilíbrio. Qualquer experiência religiosa que colabore para isso é válida”.


Lembramos que o Brasil pela nossa Constituição é um país LAICO


Terminamos com uma frase de Santo Agostinho:

“Quando as pessoas escolhem afastar-se do fogo, ele continua a arder, mas elas se tornam frias. Quando escolhem afastar-se da luz, esta continua a iluminar, mas elas ficam na escuridão. O mesmo ocorre quando se afastam de Deus”.
 
                       
 












 

Ruy Silva Barbosa
Enviado por Ruy Silva Barbosa em 25/03/2010
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