Família

Toda a beleza da vida nasce a partir do momento que conseguimos captar a realidade do mundo através dos nossos sentidos. Nascemos com eles e por meio deles recebemos as percepções do mundo sensível, daquilo que se apresenta, está a nossa frente, é apreendido pelos nossos cinco sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) e entendido pela razão que assiste a todos nós. Chegamos ao mundo das sensações dotados de faculdades naturais capazes de nos fazer perceber tudo que está a nossa volta e a nós mesmo. Não estamos alheios ao mundo, mas fazemos parte dele, constituímos uma parte de um todo, onde tudo está intimamente ligados às partes, e a realidade se torna compreensível na medida em que a interpretamos.

O corpo se constitui com capacidades não escolhidas por àquele que o detém. Não nos foi dada a devida opção de escolher qual sentido gostaríamos ter, apenas os temos. Contudo, o entendimento do mundo o qual passamos a ter a partir da “idade da razão” (7 anos), se dá inicialmente no meio em que estamos inseridos. É o lar e o ambiente familiar – e após, a escola, as amizades e os meios de comunicação de massa – os círculos de relações promotores de uma base interpretativa da razão. São nesses lugares e com as pessoas que nele nos relacionamos, onde construiremos em nossa mente como devemos ver o mundo. Nós não podemos pensar na guerra, se onde moramos só existe paz; por outro lado, não podemos entender a paz se só vivemos em guerra.

A primeira realidade que deparamos, de fato, é com a familiar. Conhecemos nossos pais de forma natural e irrestrita. Passamos a perceber as outras coisas, realidades alheias as nossas interpretações racionais, aos poucos e por meio do entendimento que nossos pais tem sobre elas. Se a mãe diz para seu filho que uma cadeira é uma mesa, o seu filho vai aceitar sem duvidar. Ao longo do tempo é que numa relação mais aberta, outras compreensões da mesma realidade vão surgindo.

A “Natureza da família” está, como nos afirma o Catecismo da Igreja Católica: “ordenado para o bem dos esposos, a procriação e a educação dos filhos”. E enfatiza: “o amor dos esposos e a geração dos filhos instituem entre os membros de uma mesma família relações pessoais e responsabilidades primordiais”. Para a Igreja, não existe uma família onde não há a benção de Deus por meio do Sacramento do Matrimônio. Pode apresentar-se como tal, mas o casamento entre um homem e uma mulher é condição inseparável para que haja uma família. Ser família, está inserido nela nos capacita a vivemos na contemplação do Pai como Ele e suas criaturas realmente são. Só passamos a entender o mundo, sem os vícios nele existentes, na medida em que carregamos em nossa mente uma base interpretativa do mundo vinda de uma família estruturada e condizente com o seu papel de representantes do Criador para com seus filhos.

Nesta semana da Família, que sejamos capazes de compreender melhor o papel que desempenhamos como pais e mães cristãs, amadas por Deus e por seus filhos que hoje, mas do que tempos atrás, carecem de atenção e cuidados especiais.

Padre Hugo Galvão
Enviado por Padre Hugo Galvão em 14/08/2006
Reeditado em 14/08/2006
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