Por que tanto se fala em união e pensamento positivo?

Antropologia, Misticismo e Comportamento

A visão antropocêntrica e anímica do ser humano leva-o a supervalorizar sua condição em relação ao universo, mas não o conduz a uma atitude consentânea com sua crença.

União x Cooperação

O ambiente do futebol dá abrigo a uma série de crenças que, além de com ele não se coadunarem por inteiro, também não são aproveitadas, nem mesmo pela mais elementar abordagem metafísica.

A mais comum dentre essas concepções é a UNIÃO, conceito que deve ser substituído com premência por COOPERAÇÃO. O cooperar pressupõe está ou não de acordo; o unir-se, por sua vez, exige afinidade como condição essencial e insubstituível.

Se sentados a uma mesa estiverem vinte pessoas e não houver sequer entre duas delas coincidência na maneira em que pensam, não é desunião que estará havendo, e sim desigualdade no pensar.

A maneira de contornar as diferenças de apreciações entre as pessoas, é a promoção do diálogo, como busca pela descoberta de pontos comuns e para o estabelecimento de um consenso mínimo.

A cooperação, intrinsecamente, encerra o poder de superar as divergências de pensamentos entre as pessoas, para construir fora delas um ambiente produtivo de atitude e ação. Esta a razão por que a COOPERAÇÃO é imprescindível, a UNIÃO, nem tanto.

Pensamento positivo x Pensamento negativo

O maior embate entre os que vêem o futebol como torcedores, é a refrega entre os desejos e interesses adversos das equipes que lhes representam. Logo, firmar pensamento não deve constituir, no caso em questão, uma ação relevante e muito menos produtora de quaisquer resultados significativos. Esta é uma situação típica em que os contrários se anulam.

De outra parte, a crença na lei da atração é uma disposição de cunho íntimo, e nem mesmo entre aqueles que a cultivam há uma atitude estruturada e planejada para seu melhor aproveitamento. Até porque, para isso, é necessário que se tenha instrução adequada e experiência – numa palavra mística, ‘iniciação’.

Se quisermos atribuir valor a fatores como ‘pensar sim’ (+) ou ‘pensar não’ (-), antes valorizemos sobremaneira o trabalho enquanto atividade física e mental, empreendido segundo uma organização, um planejamento e uma metodologia – componentes de uma verdadeira ação didático-pedagógica.

Valorização da pluralidade de idéias

Por mais que as pessoas – em sua maioria – não alcancem o real valor da crítica, é irrefutável sua importância no processo de avaliação e reavaliação das nossas idéias, de construção e reconstrução dos nossos conceitos e juízos de valor.

Enquanto o elogio é uma atitude, por essência, unilateral, tendo muito de sectarismo, de dogmatismo, e, por vezes, servilismo, a crítica, filosoficamente, representa o verdadeiro critério da verdade – embora que uma verdade no mais das vezes relativa. Ou seja: a crítica é o mais elevado critério que nos permite apreendermos a verdade.

É evidente que as ferramentas para que possamos exercitar uma boa crítica, estão atreladas à qualidade do saber de cada um de nós, bem como à natureza do nosso caráter individual. Sim, porque de nada adianta nosso conhecimento, se tivermos um caráter deformado.

Se o direito ao elogio é legítimo – e na verdade o é -, da mesma legitimidade se reveste o direito à crítica. Até porque é a crítica que contém o elogio, pois, como de todos é sabido, o todo é que contém todas as suas partes – e não o inverso. Logo, o elogio é filho, da mãe crítica. Até gosto de elogiar, reconhecer e, acima de tudo, agradecer. Afinal, a gratidão e a atração são tidas como ‘leis’ que regem o Universo, visto a partir da metafísica. Isto, no entanto, não me impede de identificar a natureza meramente passiva e a atitude apenas reativa do elogio.

Por outro lado, é forçoso admitirmos que, na análise – na formulação da crítica – há implícita uma atitude pró-ativa, havendo também um evidente desejo de reconstrução. Ao invés, pois, da passividade do elogio, há, imanentemente à crítica, uma manifestação de sua natureza ativa, que se expressa pelo aspecto de depuração da análise.

Ainda assim, é preciso que se observem dois importantes critérios para uma maior validação da crítica. São eles: de um lado, a verdade; de outro, o respeito.

Quanto ao elogio, o melhor critério para sua formulação é o mérito.

Benê Lima, Frater Rosacruz