MANGUE e PRESERVAÇÃO

Mangue

Afirmam os biólogos mateiros que o mangue é uma árvore andante. Ele se move a média de alguns metros por ano. Enquanto uma parte fenece, outra se regenera, tal o fígado de Prometeu, acorrentado num rochedo por Zeus, a pedido da malvada Hera, por haver ele distribuído o fogo aos humanos. Um abutre beliscava dioturnamente seu fígado, quando o mesmo se findava, renascia e começava tudo de novo. Assim é o mangue, a árvore da vida de milhares de microrganismos, crustáceos, peixes e berçario de centenas de espécies.

Cada nó do tronco da planta encerra milênios da hstória do Planeta, assim como um microfilme da humanidade constiuída por seres dito inteligentes, com tão recente estada na Terra, mas com a prepotência de quem a formou e dela fosse real proprietário.

Os manguezais estão sendo dizimados de várias formas....

o lixo lançado criminosamente nas águas;

a poluição do combustível de barcos, navios, garrafas; oS aterroS;

a invasão urbana;

os entulhos despejados clandestinamente por pessoas irresponsáveis;

o desmatamento que não escolhe espécie, qualidade, idade ou diâmentro;

A pesca e a caça discriminatória de caranguejos, guanhamuns e outras espécies nativas, tende a levar essas áreas ao manguecídio.

O controle por parte dos órgãos competentes são escassos ou ineficientes e as pessoas pensam apenas no hoje, disseminando o que a Natureza levou milhões de anos para formar. A conscientização daqueles que usufruem de tais bens naturais e o poder público mais atuante, são algumas medidas à serem tomadas de imediato.

Chega de jogar a sujeira em baixo do tapete, chega de empurrar com a barriga.

Para a reconstituição das matas ciliares é necessário um esforço conjunto do governo federal, ministérios da área, governo estadual e secretarias competentes, governos municipais ( todos os muncípios têm engenheiros agrônomos, técnicos, funcionários, voluntários, professores e alunos), proprietários rurais, empresas, ongs, associações de bairro, clubes de serviço, escolas e a população abraçarem um projeto, o qual possa ser realizado da melhor forma possível a curto prazo e de baixo custo. Aproveitar uma mão de obra ociosa -- os detentos e os internos da FEBEM - seria um dia de descontração, um dia lúdico e assaz promissor, para àqueles que se sentem enclausurados. ( esse é um manancial inesgotável, não teríamos beira de rio suficiente para tanta gente) As prefeituras deveriam manter viveiros com espécies nativas, com recursos alocados especialmente para isso e com auxílio da sociedade, realizar a reconstituição das matas ciliares de nascentes, mananciais, rios e lagos. Os proprietários rurais, recebendo as mudas do poder público, e sob orientação técnica deste, seria responsável pelo plantio desde a nascente até onde lhe é cabível. Daí em frente o outro e assim por diante. Nada impede que os alunos das escolas mais próximas e a comunidade auxiliem no plantio. De permeio às espécies nativas das matas ciliares, seria de bom alvitre, o plantio de espécies frutíferas, tais como: ingá, genipapo, goiaba, mamão, manga rosa ou coquinho, coqueiro, amora, tangerina, pitanga, entre outras. Essas espécies são rústicas e após o plantio apenas uma capina e no ano seguinte, a limpeza de brotos, o replantio de eventuais falhas e a feitura da coroa em torno do tronco. Viria a calhar uma adubação , mesmo em cobertura, usando o adubo orgânico produzido pelas usinas de reciclagens municipais. Daí em diante, a própria natureza se encarregaria de auto-recompor-se. Não é um trabalho qual o de Hércules e a despesa é ínfima, comparada aos resultados futuros. Isso faria com que ao longo desses locais também fosse recomposta a fauna ( pequenos roedores e pássaros) além de servir de alimento aos peixes.

A reconstrução de matas ciliares e dos manguezais é fácil, viável, rápida e econômica. O que é preciso é um pouco de amor à Pátria e à propria Natureza pelos governantes. Alguém tem que dar o primeiro passo.