Pede pra sair daí, Belluzzo!

Já foi dito aqui por alguns dos leitores/comentaristas que Luiz Gonzaga Belluzo “é o presidente que fez tudo certo, mas que deu tudo errado para o Palmeiras”. Depois de mais um frustrante resultado no Palestra (empate com o Oeste, no sábado), talvez seja o caso de adaptar a frase: “Belluzo é um renomado economista que não deu certo como cartola de futebol”.

Justiça seja feita, trata-se de um homem sério e bem intencionado. Mas vá perguntar a qualquer torcedor do Palmeiras o que ele está achando do time, décimo colocado no Campeonato Paulista, sem chances de entrar na fase final?

Outro dia reproduzi aqui uma frase de Belluzo que, de tão irônica, era uma facada no peito de Wanderlei Luxemburgo, um dos seus desafetos. Os dois trocavam farpas na mídia, quando o cartola soltou esta:

“Eu não perco tempo com autores de menor importância (Luxa). Eu só leio Jean-Paul Sartre (filósofo francês, escritor e crítico, conhecido representante do existencialismo) para cima”

Se Luxemburgo quisesse reacender a polêmica, poderia alfinetar agora: para quem é craque em economia, não deve ser nada confortável saber que o Conselho Deliberativo do Palmeiras recebeu uma moção de convocação extraordinária para apurar e investigar uma série de suspeitas de irregularidades nas finanças do clube. São mais de 90 assinaturas, número suficiente para convocar a reunião à revelia do presidente do Conselho, que é aliado de Belluzzo.

Se vão conseguir descobrir algo irregular, saberemos logo, logo, porque é muito forte o movimento da oposição para ejetar o cartola de sua cadeira presidencial.

Lembrei então do rumoroso escândalo do Mensalão do PT que culminou com a saída de José Dirceu (PT) da Casa Civil do Palácio do Planalto. O então deputado Roberto Jefferson (PTB) foi depor na CPI da Câmara e, acusando Dirceu de ser prejudicial ao presidente Lula, recomendou: “Pede pra sair, Dirceu!”

Pois o bem-intencionado Luiz Gonzaga Belluzzo, neste momento, deveria fazer o mesmo e pedir o boné. Para o bem do Palmeiras, seria, no mínimo, a atitude mais sensata a ser tomada. Só assim poderia ter mais tempo para ler Jean-Paul Sartre e outros gênios da literatura mundial.

Marcondes Brito
Enviado por Marcondes Brito em 05/04/2010
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