"Se Eu Fosse Professor de Português" =Humor com certo mau humor=

Se eu fosse professor de português e me fosse dado um salvo-conduto federal para exercer a profissão à minha maneira, tomaria as iniciativas abaixo com a única –e boa- intenção de melhorar, pelo menos um pouco, o uso de nosso idioma:

1ª.) Todo e qualquer aluno meu que usasse a palavra “menas” seria arrastado, com a bunda despida, por um percurso mínimo de um quilômetro em uma estrada de cascalho fino enquanto repetia a frase: menas não existe, menas não existe, menas não existe;

2ª) O discípulo que empregasse a maldita novidade “concerteza”, que não sei de onde tiraram, receberia o mesmo castigo, mas com um aditivo: receberia um curativo à base de vinagre nos lanhos bundais. Com certeza aprenderia que “concerteza” não existe. Nem ao menos “comcerteza”;

3ª.) O cretino que achasse que a crase é pra ser usada como confeito, como enfeite de palavras ou frases, como chapeuzinho da letra, seria proibido de freqüentar toda e qualquer escola pelo período mínimo de quatro anos. Reincidindo, oito anos;

4ª.) O pedante-retardado que dissesse “A nível de...” seria sumariamente executado se ilustrasse o “A nível de...” com o tal gesto de mãozinha dobrada que reforça a frase. Não usando o gesto, levaria apenas algumas surras no pelourinho que eu faria implantar em cada estabelecimento onde lecionasse;

5ª.) Jornalista, repórter, ou comentarista que achasse que “um milhão” é singular e escreve “um milhão de pessoas freqüenta”, seria fuzilado na presença de uma multidão, a maior possível, para servir de exemplo. E a bala utilizada seria cobrada da família, como acontece na China. Refiro-me à cobrança do valor da bala utilizada e não à falta de concordância verbal, claro.

5ª.) Com aqueles que cometessem os erros que eu mesmo cometo, seria mais tolerante. Bem mais tolerante.

Ps: Quanto ao comentário da Flor de Lua :"Não seria melhor ensinar do que punir", minha única resposta possível, já que ela não tem o

"Contato", é : Minha cara Flor de Lua, HUMOR não se ensina. Ou a pessoa o tem e entende uma brincadeira ou não o tem e sempre ri por último. Bem depois de todo mundo. Ou não ri nunca.

Fernando Brandi
Enviado por Fernando Brandi em 16/06/2010
Reeditado em 16/06/2010
Código do texto: T2322243
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