Mudança de carácter

Escrevo este texto no interior de um ônibus. Estava sem inspiração alguma. Para a minha sorte, ou azar, aconteceu algo que me fez sofrer calado. Olhei para o lado, e avistei uma criança inocente, no auge de seus 12 anos talvez, ela estava drogada. Imaginei a criança como meu filho. Será que foi culpa dos pais? Essa dúvida permaneceu em minha mente durante a viajem inteira. Imaginei-me como pai, gostaria de ser perfeito a meu filho. Decidi que sempre lhe daria o maior apoio e compreensão. Imaginei aquela criança como meu filho e confesso, meu peito doeu.

Essa ocasião me deixou muito pensativo, imaginava situações absurdas. Se eu tivesse tomado esse mesmo caminho, o que meu pai faria? Sinceramente não sei. Será que sou uma pessoa correta porque meu pai me doutrinou assim? Isso vem da pessoa? Não sei, meus pensamentos se misturam com diversas coisas.

A 1ª ocasião que vem ao meu pensamento envolve meu irmão. Mesmo sem demonstrar afeto, eu o amo. Quero tentar ensina-ló o pouco que sei da melhor maneira possível. Não quero ve-ló derrotado pela vida.

A minha dúvida persistiu em casa. Comecei a questionar minhas escolhas erradas, pensei: "será que meu filho irá fazer escolhas piores que as minhas?" Também não sei. Isso se tornou uma incógnita pra mim, nunca me senti tão confuso em toda a minha vida.

De agora em diante, vou analisar qualquer pessoa como se fosse parte da minha familia. Não por caridade, mas sim por eventuais problemas futuros.

Mudo muito a cada dia, percebi que faço vários questionamentos banais. Porém, esses questionamentos me ajudam muito para eu me tornar uma pessoa menos falha, e principalmente, para não magoar as pessoas que amo.

Rodrigo Lemes Flores
Enviado por Rodrigo Lemes Flores em 04/09/2006
Reeditado em 05/09/2006
Código do texto: T232831