Patentearam Jesus Cristo

Se observarmos nos encartes do CDs, lá no cantinho vai estar escrito Copyright- All Rights Reserved. Isso quer dizer que aquela obra é patenteada, ou seja, alguém possui os direitos legais sobre elas, quer seja intelectuais ou comerciais. Incrivelmente conseguiram patentear o homem mais influente da cultura ocidental. Se você pensou em Barack Obama se enganou, estamos falando do Príncipe da Paz, do Enviado, da Palavra, do Alfa e do Ômega, ou simplesmente Jesus Cristo.

Durante muito tempo, talvez uns duzentos e poucos anos após sua morte trágica e triunfal, o homem Jesus não era lá tão conhecido e importante. Contudo, o tempo passou e sua doutrina ganhou força, prestígio e adeptos. Naquele tempo, assim como hoje, havia diversas correntes que se auto-proclamavam os verdadeiros cristãos. A diferença é que naquele tempo co-existiam muito mais correntes cristãs que hoje, cada um e é cada um mesmo, interpretava as diversas mensagens do Messias ao seu modo de ver. Era o tempo dos mais de 60 evangelhos, a maioria considerada apócrifos pela Santa Igreja Apostólica Romana. Era o tempo dos gnósticos e suas intrigantes visões do mundo e do seu criador.

De lá para cá muita coisa mudou e pouca coisa mudou, hum? Isso mesmo, avanços tecnológicos e sociais e muitos retrocessos do homem. Mas a disputa pela herança de Cristo continua acirrada como sempre. De um lado a Igreja Católica e sua sucessão apostólica, do outro as centenas de igrejas protestantes e o fervor de sua pregação, com menos alarde ainda temos a Igreja Ortodoxa e no meio desse entrevero religioso se encontram os mais de dois bilhões de seguidores, perseguidores e perseguidos cristãos. Todavia, qual o embasamento dessas religiões para serem os legítimos herdeiros da palavra do bom Pastor?

A Igreja Católica, maior e mais influente instituição que já existiu, se apega numa sucessão apostólica biblicamente infundada e historicamente muito duvidosa. Apontam o apostolo Pedro como o primeiro papa e o fundador da Igreja, quase pela mesma linha seguem os ortodoxos que devido ao cisma da Igreja se separaram dos católicos romanos. Já os protestantes se apegam à doutrina propriamente dita, alegam - com muita verdade, que seja dito - que sua pregação tem mais fundamento bíblico que a pregação católica, porém se perdem em suas varias denominações. A verdade é que toda denominação que se chame de cristã pega para si o título de ‘verdadeira’.

E qual será a linha reta que leva a Jeová ou Javé? Qual a verdadeira doutrina do nosso Senhor Jesus Cristo? Qual o caminho da salvação e da vida eterna?

Para saber disso e é uma tarefa das mais difíceis, precisamos estar cientes de fatos não muito comentados dentro do meio cristão, mas que são de fundamental importância para conhecer novos horizontes e assim formar uma opinião mais clara sobre a real doutrina de Cristo.

Como já dito antes, nos três primeiros séculos da era cristã circulavam mais de 60 evangelhos, com diferentes visões do Jesus terreno e sagrado. Porém, cada um era considerado sagrado e importante para os fiéis da nova doutrina, nova entre aspas, já que o cristianismo nada mais é que a continuação do judaísmo, embora muitos cristãos se esqueçam disso. Então como surgiram os quatro evangelhos sagrados de Mateus, Lucas, Marcos e João? Quem se encarregou dessa difícil tarefa?

Bem a história é mais complicada do que se imagina. Tanto que padres e pastores dificilmente falam sobre esse assunto. Afinal, quando o padre de sua paróquia ou o pastor de sua igreja falou sobre isso com você a menos que você questionasse sobre este assunto?

Bem, no ano 325 D.C uma igreja que apenas engatinha resolve fazer um concílio para decidir questões como a divindade de Cristo e quais eram os evangelhos sagrados, tal concílio realizado na cidade de Iznik, província de Anatólia (nome que se costuma dar à antiga Ásia Menor), na Turquia asiática, ficou conhecido como O CONCÍLIO DE NICÉIA. Sobre a organização e tutela de nada menos que o imperador romano Constantino- qualquer semelhança com Constantinopla não é mera coincidência, ficou decidido neste concílio que Jesus era um ser semelhante a Deus e parte do próprio Deus, decidiu-se também que os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, e os demais livros da Bíblia eram sagrados e escritos por inspiração divina e os livros não inclusos como os evangelhos de Tomé e o polêmico evangelho de Judas, além de muito outros, deveriam ser queimados por serem apócrifos, ou seja, sem comprovação do autor e foram considerados blasfêmia.

Parece uma história divina e de bom senso. Só parece, o jogo de interesses reinou neste e nos demais concílios que aconteceriam.

O imperador Flavius Valerius Constantinus- Constantino (285 - 337 d.C), filho de Constâncio I. Convertido ao cristianismo há pouco tempo, proclamou o cristianismo a religião oficial do Império, parece uma história bonita, mas não é. Primeiro porque Constantino mesmo convertido ao cristianismo, não abriu mão de sua condição de sumo-sacerdote do culto pagão ao "Sol Invictus". Tinha um conhecimento rudimentar da doutrina cristã e suas intervenções em matéria religiosa visavam, a princípio, fortalecer a monarquia do seu governo. Isso se confirma a sabermos que os cristãos eram apenas 10% da população do Império. Espera aí?! Como um imperador pagão escolheria uma religião minoritária e antagônica a sua religião como religião oficial do Império? Parece falta de bom senso, não? Mais uma vez não é.

Constantino era um estadista sagaz e promoveu a unidade religiosa de seu Império através do cristianismo.

Depois deste concílio, tivemos os dogmas da Igreja tais como são hoje.

Voltamos ao ponto de partida: Qual a verdadeira Igreja de Jesus?

Bem se o próprio Jesus disse que Deus está dentro de nós? A verdade é que devemos buscar dentro e fora de nós e não só na Bíblia, mas sim levar em conta os outros textos que nos foram suprimidos.

Até se lermos a Bíblia com atenção, excluiremos centenas de igrejas que se dizem donas da verdade, incluindo nesta lista a Igreja. O homem conseguiu confundir religião com religiosidade. Como assim?

Religião é o conjunto de dogmas e regras que os homens inventaram para manter tudo no lugar. Religiosidade é seguir o que o Mestre nos disse: “Amai a Deus sobre todas as coisas e a teu próximo como a ti mesmo’’. Os dois maiores mandamentos nas palavras do próprio Yeshua.

O que vemos hoje são igrejas distantes do ideal de Cristo e de Deus, que praguejam demônios contra os que pensam diferente. Afinal, tanto católicos como evangélicos se acusam mutuamente de serem influenciados por Satanás. Por que não assumem os próprios erros e ganâncias, ao invés de jogar toda a culpa no anjo decaído?

Todavia, tanto católicos como evangélicos têm muita coisa boa para oferecer como o conforto espiritual e a comunhão com Deus, mas pecam por serem ditatoriais com os que não pensam igual, tachando-os de coisas terríveis e não olham para suas próprias mazelas.

Por isso busque o Deus Verdadeiro e Único, longe dos dogmas que machucam o coração e ferem a alma, longes dos dízimos que sustentam instituições e não a palavra de Deus. Um Deus de amor, que não manda os filhos para o Inferno, embora muitos mereçam. Um Deus que agracia os que os buscam e não tem culpa das atrocidades que o homem faz em seu nome. Não tenha medo de buscá-lo, vá em frente e encontrará. Pois quem procurar, achará. E quem bater na porta, se lhe abrirá.

Deus está dentro de nós, Deus não é propriedade de ninguém e sim de todos.