Lei da Palmada x Princípio da Disciplina

A abordagem relacionada à proposta do Congresso e efetivamente embasada pelo atual Governo, de objetivamente coibir a agressão infantil com a chamada “Lei das Palmadas”, como popularmente conhecida, reflete o atual desnorteio de valores que grassa no ambiente político de nossa nação. “A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe.” Provérbios 29:15 Aqui está a sabedoria milenar das Sagradas Escrituras. Por outro lado, a “sabedoria” dos pensadores atuais encontra-se desprovida de informações que saltam aos olhos de todos, mas aparentemente não para estes.

O primeiro nível de informação que falta a alguns, é aquela que reside no contexto histórico da chamada modernidade, quando a reação da psicologia humana frente às sociedades existentes debaixo de contextos ditatoriais, efetivando a conquista da sonhada democracia, migraram de um extremo para o outro também no conceito de gestão familiar. Dizia-se então que o aspecto restritivo no tocante ao relacionamento entre pais e filhos, a distância relacional e as perguntas não respondidas adequadamente no ambiente familiar, provisionaram um clamor por mudanças, dando conseqüência a uma nova espécie de relação entre pais e filhos, ou seja, liberal, sem estabelecimento de limites, sem nenhum tipo de coerção. Nasceu ali uma geração que passou a viver de uma maneira, na qual os confrontos paternos ficaram esvaziados e foram tidos como ultrapassados. Geramos com isto uma sociedade egoísta, antropocêntrica, descomprometida com as relações, inimiga dos direitos e deveres dos demais que orbitam em nossas relações. Este é o quadro que nos induziu ao palco social no qual estamos inseridos.

Por outro lado, enfatizamos também que tais “pensadores” desconhecem o aspecto advogado pela própria perspectiva psicológica, o da formação do caráter de uma criança, potencialmente, até os cinco anos de idade. Personalidade e caráter se estabelecem ali e o molde disto se dá nos valores estabelecidos e vivenciados pelos pais e pelo ambiente familiar em que se vive. Na verdade, a Bíblia, tida pelos “pensadores” atuais como obsoleta e ultrapassada já dizia isto há pelo menos 3 mil anos, como se lê em Provérbios de Salomão. Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele. Provérbios 22:6

Em último lugar, vara na Bíblia, que igualmente desconhecem, significa disciplina, correção, estabelecimento de rumo apropriado. Na era da relativização de valores os “pensadores” estabelecem que recursos disciplinadores sejam inapropriados. Afinal, dizem, “ o que é certo para uns é errado para outros, ao final das contas, quem estará com a verdade?” Se pensarmos assim, que os valores são relativos, teremos que advogar as invasões de terra, os assaltos nas ruas, o tráfico de drogas, os estupros e absurdos sociais, porque segundo os seus algozes, o que fazem é satisfazer as suas necessidades prementes e para isto “vão à luta”, uma vez que a “injusta sociedade” não lhes provê caminhos. Que insensatez!!!

Mas o contraditório nesta questão está nos inúmeros testemunhos de gente que foi amada e disciplinada pelos pais, que teve limites estabelecidos em suas vidas, cristãos ou não, que hoje abre os seus lábios para dizer com orgulho, “fui disciplinado, algumas vezes apanhei, mas agradeço aos meus pais que me amaram a ponto de me tornar pessoa honrada e digna”. Note-se que aqueles que o dizem e tornam pública sua indignação com relação à Lei das Palmadas, pensam também no direito e no dever de legar à Sociedade, filhos honrados e defensores do direito de todos e não do desvario de alguns. Excessos neste sentido, como agressividade excessiva no trato disciplinar dos filhos, devem ser gestionados na forma da lei, nos trâmites próprios, não fazendo da exceção a regra.