P I L A T O S

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

P I L A T O S

“Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores, porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus”. - (Paulo, apóstolo, aos Romanos 13.1).

Estabelecido pelo governo romano da época, o qual subjugou nações desde o sexto até ao quadragésimo primeiro ano da era cristã, o quinto dos procuradores colocado para politicamente reger o povo Israel, com jurisdição nas províncias Samaria, Judéia e Iduméia, durante dez anos Pôncio Pilatos exerceu esse tão importante cargo. O historiador judaico Filo descreve Pilatos como sendo de caráter inflexível, autoritário e severo. O Evangelho escrito por Lucas faz referência ao sangue de crucificações ordenadas por aquele procurador, comparando-o com o sangue das ofertas de animais que eram sacrificados ritualmente no templo.

Escondendo-se detrás de um falso patriotismo, a política leva o indivíduo a pensar alto nos seus interesses próprios que o cargo lhe proporciona, seu status, a renda monetária vultosa que o cargo lhe confere. E nesta cobiça, escreve Paulo, alguns se desviaram da fé. Nem todos os políticos se importam a respeito de Deus. Religiosos, parecem todos serem. Pôncio Pilatos era romano e como tal, politeísta, certamente agnóstico, o que transparece de suas ações escassamente registradas no Evangelho. Entretanto, a ignorância religiosa consciente ou inconscientemente desprezada não livrará o político de um acerto de contas, no futuro, com a divindade.

O apóstolo Paulo parece exagerar – apenas parece – quando escreve que toda autoridade é estabelecida por Deus. No passado de nossa história, determinado político dissera que estabelecidas certas circunstâncias, nem Deus o impediria em seu futuro sonhado. Mas foi impedido pela morte. A jactância de Adolfo Hitler, de Stalin, e de outros políticos, estes hodiernos, os tem conduzido a uma derrota que claramente entendemos seja providência de Deus. O político pensa no bolso; Deus interfere a favor de Suas criaturas despoticamente dilapidadas pelo déspota.

Política e religião tornam-se irmanadas. Haverá um juízo final, quer queiramos ou não. O justo Juiz é – já é – nosso Senhor Jesus Cristo. Ruína para Pôncio Pilatos. Infortúnio para os dilapidadores do povo. Jesus é a pedra de tropeço na vida do homem sem Deus, sem escrúpulos e sem religião, e será o justo juiz daqueles cujos cargos foram por Ele confiados, infiéis mordomos e injustos dominadores. A exigência divina é que de toda palavra ociosa que o homem disser será estabelecida contra ele no juízo final. As ações, as palavras, e até os pensamentos humanos, assim como os fios de cabelo em sua cabeça, estão sendo contados - se quisermos dar atenção à Nova Aliança, escrita para nosso ensino e pra nossa responsabilidade.

No julgamento do Mestre, Pôncio Pilatos foi mais uma vez injusto. Tinha consciência de que Ele era inocente. A condenação é esta, dissera o Senhor, que a luz veio ao mundo mas os homens amaram mais as trevas do que a luz. O cristianismo será sempre de renúncia própria, disciplina e submissão aos ditames de Deus. Os egoístas, os orgulhosos, os jactanciosos nunca colocarão sua própria cruz – Jesus – às costas. Não se subjugarão. Não porão sobre si a Sua canga, apesar desta ser suave. Não arbitrarão segundo Deus, mas sim sobre suas próprias concupiscências, seus desejos escusos, a rapina.

Mas nosso Rei continua no trono, a direita da Majestade nas alturas. Há de vir e julgar os vivos e os mortos por suas ações, deliberações, palavras e pensamentos, injustiças, fraudes e lucubrações de consciência. O Rei virá.

Só Jesus.

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O Pr., Th. D. Honoris Teologia, D.D. Serafim Isidoro oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br