A Bolsa para os Pobres

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

A BOLSA PARA OS POBRES

“Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres”? - Ele disse isto, não porque tivesse cuidado dos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, subtraia o que nela se lançava”.- Jo. 12.5-6.

Esta citação espúria no Evangelho, parece-nos destoar com o ministério profíquo de Jesus que durante três anos e meio laborou de norte a sul do país Israel curando os enfermos, libertando os cativos de forças estranhas, porque Deus era com Ele. Em determinada passagem no Evangelho escrito por Marcos Ele, o Senhor Jesus, curou a todos. Tal fato indica Nele um poder ilimitado para fazer o bem e socorrer os aflitos. Porém, no texto que estamos acima utilizando, a menção de uma bolsa em que se colhia dinheiro para os pobres, da qual Judas o ladrão era o tesoureiro, torna a narrativa passiva de um exame mais acurado.

Desde o moderno modismo Gospel no cristianismo, tem sido pregada com veemência ao povo uma prosperidade econômico-financeira, de sorte que a religião está se tornando alvo de interesses próprios, particulares e, à vezes, até mesquinhos. Quer-se misturar Deus e Mamon; a divindade e as riquezas. Tal fato parece lógico, porém não escriturístico, apostólico ou cristão.

Depois de andar sobre as águas, ressuscitar mortos e fazer com que os aprendizes retirassem dinheiro da boca de peixes vem menção dessa bolsa cuja finalidade era matar a fome e socorrer os mais pobres. Que belo cristianismo! Piedoso, compassivo às necessidades alheias, humano, de Cristo! Se alguém pudesse pregar sobre prosperidade financeira, este alguém seria Ele, o Mestre todo poderoso que, segundo Sua própria declaração, poderia transformar pedras em filhos de Abraão e multiplicar peixes e pães. - Mas Ele não pregou isto.

Por que não tornar então os pobres em ricos de bens materiais? - Ele nunca fez tal promessa. Há determinadas coisas que se nos vem por meios naturais. A abundância legítima é o resultado de insistente trabalho. Se prosperidade fosse fruto de milagres os aprendizes – digam-se discípulos, no português – teriam, mais do que qualquer de nós, se enriquecido.

A bolsa para os pobres fala-nos do interesse do Senhor pelas necessidades cotidianas e primárias do povo sendo atendidas de forma normal e não milagrosa. Temos presenciado filas imensas às portas dos centros lotéricos na esperança de riqueza fácil. Temos presenciado multidões nas igrejas cantando e desejando o milagre da prosperidade...

Seria isto cristão? A quem estão realmente servindo? - A Deus ou a Mamon? São servos – escravos – ou senhores, de Cristo? – Será realmente isto cristianismo? – A ordem do Mestre é: “Ide e pregai o Evangelho à toda criatura” – Boas novas de salvação da alma. Perdão para o pecador arrependido e contrito... – Não riquezas. Não prosperidade. Cristianismo é cruz. Neo-testamentáriamente não existe o Evangelho da prosperidade. Tal modismo nasceu há poucos anos atrás e está se lastrando pelo mundo e pelas religiões.

Só Jesus.

_____________________________

O Pr. Th. D. Honoris Teologia, D.D., Serafim Isidoro oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br