Eu vi Deus chorando!

Gente, eu vi Deus chorando! Já havia visto Deus nas mais diferentes situações e, se a memória já tão gasta não me falha, ultimamente não o tinha visto assim.

A primeira vez em que vi Deus, coincidiu com a primeira vez em que abri os olhos: ele estava ali; tinha-me nos braços; apresentava-me a minha mãe e trazia consigo, a enfeitar-lhe o rosto, um sorriso esculpido pelo triunfo: Deus era dona Maritz, a parteira.

Depois disso vi Deus tantas vezes que nem o geométrico “n” pode dar a dimensão do número. Mas o que ficou marcado mesmo, foi vê-lo como dona Maria Luiza, minha primeira Professora, em minha primeira Escola, Caetano de Campos, no momento em que, juntos meus primeiros B e A, à sua ordem eu lia meu primeiro BA. Uma conquista que emocionava as antigas Mestras.

Ao longo da vida vim gravando instantes a me revelarem a presença dEle. Instantes que coincidiam –todos- com os em que a Felicidade se me apresentava. Ele sempre estava com ela, sendo ela própria ou seu agente.

Algumas vezes não o percebi, mas soube depois que Ele estivera comigo, como na noite do capotamento, ah!..., nem lembrar!!!

Valha-me Deus! Foi por Deus! Graças a Deus! Algumas exclamações sempre O revelam presente. E não escolhe ocasião: pode ser na escola, pode ser no trabalho... Desta vez foi no esporte. Aliás, Deus gosta muito de esportes e, entre divertido e apaixonado, faz cada uma! Lembram-se de quando Ele foi Taffarel? Não só defendeu pênalti, como soprou sobre Baggio e este, ah!, chutou para fora! Nossos “hermanos” argentinos dizem que também era Ele, por instantes Maradona, dando u’a mãozinha à “azul celeste”. Não acredito, mas, enfim, são tantos a jurarem...

Pois é, foi no esporte que eu vi Deus a chorar. No mesmo esporte em que já o havia visto duplicado em Hortência e Paula, sorridente à frente de um conformado Fidel Castro. Desta vez Ele se apresentou de faixa branca na cabeça e todos O chamavam de Janete. E Ele chorava Felicidade. Chorava exemplo de Fé, de Esperança, de superação da dor, de garra. Ele não vencera o campeonato, nem mesmo a partida, mas saia dali, do Ginásio do Ibirapuera, vencedor!

Alguma coisa em mim – talvez Ele mesmo – teima em me lembrar que por este raciocínio eu posso estar levando meu eventual Leitor a questionar: “Deus se faz visível apenas nos bons momentos”? Ele está apenas em nossos irmãos “do bem”?

A Lógica – sempre ela – Ciência em que se apegam os ateus, se chamada a intervir, vai decretar que a ser verdade que Deus está no nosso próximo, Ele pode muito bem ter sido visto em João Paulo II, como em Bin Laden, numa teoria no mínimo isônoma, cristalizada segundo a mesa Lei.

Não! É claro que há Deus até mesmo em Bin Laden, mas o que ocorre é que nele não foi permitido a Deus se manifestar. Deus é onipotente, sim, mas também nos privilegiou com o mais rico dos dons, o do livre arbítrio.

E sabe do que mais? Eu não vim aqui para filosofar; acredite se quiser! Aprendi que, assim como tantos outros mistérios, de uma maneira mágica, mas real, Deus está, sim, no próximo, através dos olhos de quem O vê. Difícil de compreender? Assim também é Deus, a quem, sábado último, vi chorando. E Ele atendia por Janete!

luca mangus
Enviado por luca mangus em 27/09/2006
Código do texto: T250501