Eleições

Está chegando o grande dia: dia de eleições para Presidente, Governador,Senador, Deputado Federal e Estadual. A balbúrdia avança sobre a decência qual rolo compressor, ao tempo em que a indecência moral distribui rios de dinheiro a muitas e graduadas escalas de imorais cidadãos, que, menos que nós outros, cidadãos impávidos, indiferentes ou tantas vezes coniventes pelo silêncio, arcaremos com todo esse custo que, a rigor e mais rigorosamente, retalhará as costas já tão sofridas dos de menor posse e mais esquecidos pelo Estado em suas três instâncias, Municipal, Estadual e Federal, sob a forma de excessiva e cruel tributação.

Sem falar no contínuo e insensível abandono de sem-teto, sem saúde, sem educação, sem segurança e, o pior de tudo, SEM ESPERANÇA!

Ouvi de minha esposa, várias vezes durante o horário de propaganda eleitoral, a desabafada conclusão a respeito dos pronunciamentos dos candidatos: como eles sabem, tão bem, tudo o que é preciso ser feito e de como parecem existir recursos para executarem tudo o que prometem!

Realmente, não fora a deslavada desonestidade, o sujo e renitente ideário de corrupção e os mesquinhos interesses particulares que acompanham grande parte deles nessa lide e a Pátria Brasil seria, mais ainda do que é, abençoada por Deus e por isso mesmo, bem mais feliz!

E a repetição do jargão: “Eu sou ficha limpa” soa como bofetada nas faces honradas.

Como sabem, tão bem, que com educação haverá, automaticamente, uma escolha positivamente seletiva, sem falar na necessária e conseqüente saúde e segurança, pouco se faz para diminuir a evasão escolar e aumentar a continuidade dos estudos no segundo e terceiro graus.

Mais polícia nas ruas é o brado sonoro e retumbante entoado pelos políticos, insistentemente decantado pelas mídias – cuja maioria pertence aos mesmos políticos - e acolhido pelas massas num amém tão degradante e covarde que dá nojo.

Polícia sem Justiça! A Polícia arca com a culpa de tudo e tudo continua como dantes no castelo de Abrantes em Brasilia, onde projetos de lei que bem poderiam mudar tal situação de caos, vão se amontoando e sendo esquecidos pelos “esquecidos” representantes da nação.

“E ri-se a orquestra irônica e estridente e da roda fantástica a serpente faz doidas espirais; qual num sonho dantesco às sombras voam gritos, ais, maldições, preces ressoam e ri-se satanás”.

Reflita um pouco na realidade nua e crua que nos interpela a todos quanto à nossa responsabilidade, principalmente, com os inocentes e indefesos que vêem seus filhos, envolvidos na criminalidade, consumidos pela maldita droga e pelo álcool e que não têm reconhecido pelo Estado o sagrado direito de, ao menos, levá-los ao tratamento que os reconduza ao aconchego de seus lares transmudados em calvários injustos e insuportáveis.

E vão morrendo, rapidamente, executados por outros companheiros de infortúnio ou pela frenética e implacável foice da infalível droga.

Melhor para o Estado: menos trabalho, uma cela a mais e uma bala a menos!

E mais sossego para nós...

Mentirinha deslavada. Renascem mais dez, cem, para nos cobrar a indiferença.

Não se iluda! Como diria o saudoso Padre Léo: “deixa de ser besta!”

Procure conhecer no homem ou na mulher candidato(a) o caráter e a responsabilidade pública que tenham, e as pretensões e anseios de realização de um mandato do povo, pelo povo e para o povo.

É hora de fazer a sua parte, sem vender sua alma que só pertence a quem a soprou em você e para quem, inexoravelmente, retornará no juízo final.

Que não sabeis a hora...

Não banalize as eleições.

Dê a César o que é de César, mas, a Deus o que é de Deus. Sua consciência lhe dirá e o julgará justa e adequadamente!