A TURMA DA DILMA E AS BOLINHAS DE PAPEL

José Arnaldo Lisboa Martins

Os títulos eleitorais de anos passados eram com fotos e nada nos impedia de votar com ele ou que o mesmo não fosse aceito, como um dos nossos documentos. Os anos se passaram e os candidatos honestos foram sendo derrotados, já que não compravam votos. Os mesários das seções eleitorais eram indicados pelos partidos ou pelos candidatos, à pedido dos chefes políticos. Os juízes eleitorais sempre atendiam, mas, o título eleitoral com foto, era um grande inconveniente para certas safadezas eleitorais. A foto, deixava os eleitores impedidos de votar várias vezes num mesmo candidato. Sem a foto, era melhor para os candidatos prepararem em casa, três ou quatro títulos para um mesmo eleitor, em suas velhas máquinas de datilografia. Como vários chefes políticos não gostavam da existência da foto, alguns resolveram convidar Ministros do STE, para um almoço e, depois de doses de whisky, pediram para que “suas excelências” tirassem a foto do título eleitoral. Antes da “saideira” a decisão foi tomada. Foto em título, nunca mais. Os eleitores que vendiam seus votos, já podiam se apresentar aos mesários indicados pelos chefes políticos, para votarem várias vezes num mesmo candidato. Recebiam 3 ou 5 cédulas de votação, iam para a cabine, onde marcavam o candidato escolhido, depositando na urna “os seus votos conscientes”. Em todas as eleições haviam pedidos para “recontagem de votos” e, quase sempre as urnas continham muito mais votos do que o número de eleitores registrados. Títulos eleitorais sem foto, faziam a festa dos candidatos desonestos, porém, nestas eleições, foi proibido votar com eles. O TSE achou melhor que votássemos com qualquer documento que tenha foto, como carteirinha de escola de samba ou carteirinha de pagodeiro. Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal deu um “show para a platéia”, quando passando horas e mais horas, julgando uma reclamação, de que uma propaganda do candidato Serra, estava falando na “turma da Dilma”. Eu não estava acreditando que um Supremo Tribunal fosse capaz de discutir e perder tempo com tamanha tolice. Para beneficiar a Dilma, como candidata do Lula, ficou aprovado que ela teria “direito de resposta”, durante 1 minuto, só para dizer que “não existia a turma da Dilma”. Que gaiatice, meu Deus ! E, olhem que não ficou aí. Os Ministros ainda foram discutir sobre uma reclamação, referente a uma bolinha de papel que foi jogada no candidato Serra, numa das suas caminhadas. Para o julgamento deste “crime hediondo” os Ministros abriram livros de Direito Constitucional, Internacional, Aduaneiro, Financeiro, Código Civil, Código Penal, Código Eleitoral e Código do Consumidor, para saberem se era lícito ou não, jogar uma bolinha de papel num candidato. Entraram pela madrugada e eu fui dormir. É provável que um dos Ministros tenha “pedido vistas” para saber se a bolinha de papel era pesada, qual a cor e se tinha algo escrito. Enquanto isto, há vários anos, mais de 40 políticos estão para serem julgados pelo STF, sobre o “mensalão”, mas, os processos vão prescrever, sem que “suas excelências” os julguem. Já estão mofados e, talvez, só com outro “mensalão”!

Eu tenho muita saudade dos Tribunais de anos passados, de quando as pesquisas eleitorais não eram compradas, da época na qual não se falava em “ficha suja”, em compra de votos, em candidatos “tiriricas”, em mensalões, taturanas, sanguessugas, vampiros, gangues do Banco do Brasil, dos Correios, do INSS, da Casa Civil, do PAC, do Bolsa Família, das ONGs, das OCIPES e outras gangues por aí. O que é de lamentar, é termos que deixar para as futuras gerações, “um país, considerado como dos mais corruptos do mundo”.

Final- Agradeço aos amigos, leitores e incentivadores: Beto Almeida, Manoel Brandão, Roberto Sandes e Sra. Irene Cavalcante.

José Arnaldo Lisboa Martins
Enviado por José Arnaldo Lisboa Martins em 28/10/2010
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