Lágrimas

PALAVRAS DE VIDA

Pastor Serafim Isidoro.

LÁGRIMAS

“Não há bem que dure; não há mal que perdure”.

“Não choreis por mim; chorai por vós mesmas e pelos vossos filhos...”– Lc.23.28.

Passando pela praça, observei certa senhora chorando. O ser humano nasce chorando e morre lamentando. - Alguns. Os momentos e as ocasiões de tristeza sufocam a quem desejaria viver sempre em paz. O cristianismo é a religião da resignação, da sublimação, do conformar-se com a vontade de Deus. Alguns, como o imperador Constantino, aproveitaram da passividade cristã a favor de uma política que lhes era favorável. Algumas lágrimas provocam reações idênticas porque todos sofremos. A dor nem sempre é física, mas certamente moral, interior e que fere a alma.

Já que estamos citando máximas, aqui vai mais uma: “viver é suportar”. Um dos prejuízos sofridos na queda espiritual de Adão o protótipo da raça humana, foi o lançar-nos a sua própria imagem, à desobediência ao que é estabelecido. Tornou-nos egoístas, orgulhosos, presunçosos. O mal triunfou sobre o bem. E todo ser humano que vem ao mundo traz em si o estigma do pecado, da transgressão às leis divinas, do pecado original. Deixado em uma floresta uma criança, quando resgatada já adulta, trará consigo características negativas adâmicas, apesar de ter-se criado longe da civilização, das normas e da sociedade.

Paulo, doutor dos gentios, escreveu que: “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. O pecado alcançou-nos a todos, sem distinção. Se observarmos, a maioria de nossas lágrimas tem a ver conosco mesmos. O orgulho próprio ferido provoca autocomiseração. O humilde chora pelos outros; o orgulhoso superestima a sua dor. Ressente-se, chora como quando era criança, expressa descontentamento. Nem todas as pessoas conseguem superar a fase infantil, ocasião em que expressavam seus sentimentos através do choro e que, após geralmente os três anos de idade, se torna manhoso. Então descobrimos que com esta ação despertamos compaixão e socorro da parte das demais pessoas.

Jesus veio para desfazer as obras do Maligno e para derrotar o orgulho que aquele semeou no coração humano. “Aprendei de mim” – dissera o Mestre – “que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para vossas almas”. Paulo apóstolo, escreveu: “Regosijo-me em meus sofrimentos e nas minhas prisões.” Nas costas da camiseta de meu neto, hoje fuzileiro naval dos Estados Unidos no Alfeganistão, estava escrito: “Dor é piada”.

O maior combate do cristão é consigo mesmo e com a natureza desfigurada na queda de Adão. A santificação é o aperfeiçoamento do caráter. Palavras do Mestre: “Se alguém quer ser meu discípulo, tome a cada dia a sua cruz e siga-me”. “Felizes os que choram, porque serão consolados”. Não o choro da ira, da auto-piedade, da inveja, do orgulho, da derrota, mas o choro cristão compadecido do outro, do semelhante, do necessitado. Junto ao túmulo de Lázaro, Jesus chorou. Penalizado pela dor das irmãs do falecido, seu discípulo, choro de compaixão que O levou a trazer de volta à vida o seu amigo.

Só Jesus.

O Pr., Th. D. Honoris Teologia, D.D. Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br

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