Nunca dispense o guia!

Estamos vivendo em um mundo de muitos caminhos. Como uma grande montanha, escalamos todos os dias passo a passo esses caminhos, ora íngrimes, ora pedregosos e sempre perigosos. Estamos sujeitos a mudanças bruscas de temperamentos, pela mudança no tempo e na distância que nos separa dos nossos objetivos e nos deixam expectantes da própria sorte. O que será do futuro? O que acontecerá se eu errar a trilha? Chegarei ao meu objetivo? Terei tempo hábil para completar a jornada antes que as intempéries dos anos me alcancem?

Perguntas sem respostas e respostas sem soluções, nos chegam a toda hora. Somos levados a pensar até que são essas respostas que movem o mundo, mas, não é verdade, pois o que move o mundo não perguntas nem respostas, são as atitudes, elas sim determinam o futuro, através das minhas escolhas.

Sangrou-me o coração ouvir e ver a reportagem sobre um jovem idealista, estudioso das situações da humanidade, pobreza, miséria, violência e outros temas. Tinha apenas vinte e oito anos de idade e havia terminado o mestrado em economia numa universidade no Rio de Janeiro e estava viajando pelo mundo observando como era a vida em vários continentes para defender uma tese de doutorado que faria na Califórnia, nos Estados Unidos. Em um ano percorreu diversos países no Oriente Médio, Ásia e agora estava na África. No Malauí, escolheu visitar o parque florestal do monte Mulanje e escalar aquela montanha. Ele chegou lá no dia dez de Julho de dois mil e nove e desapareceu no dia dezessete. Gabriel Buchmann foi encontrado vinte e um dias depois, próximo a um pico por nome Sapitwa, sem vida. Havia morrido de hiportemia (Mudança Brusca de temperatura corporal). Mas o que mais me chamou a atenção na matéria foi o depoimento do diretor do parque: O Gabriel Buchmann dispensou o guia! Isso aconteceu a dois mil metros de altura. Triste fim de um jovem que se apresentava como tão promissor e de boas intenções.

Toda escolha tem sua conseqüência. Às vezes os teólogos pecam, quando dizem que “não devemos perguntar a Deus por quê, mas para quê (?), nos acontece isso ou aquilo, para dizer com isso que Deus permite que nos aconteçam tragédias na vida para nos ensinar alguma lição. Como se Deus fosse apenas um Deus só punitivo, que trabalha apenas com a justiça. Acima de tudo Ele é um Deus de amor e se não fosse a misericórdia de Deus e há muito que nós já havíamos sido consumidos. Não precisamos perguntar nada, até porque nunca iremos entender, a vida, como a morte, é um mistério.

Um dia desses eu e minha esposa estávamos magoados com certas situações que nos alcançaram e resmungamos, reclamamos, choramos. Era cedo de manhã e nosso filho pequeno, de apenas sete anos de idade veio e deitou-se entre nós, na cama. Depois de uma pausa, olhando firmemente para ele e passando a mão na sua cabeça, minha esposa disse soluçando: Quando eu chegar no céu, vou perguntar a Deus o por quê de tudo isso!... Houve um silêncio entre nós e depois com olhos brilhantes de criança o Lucas falou: Mãe, quando você chegar no céu, você vai estar tão feliz que não vai nem se lembrar de nada disso!

Imaginei depois que Deus enviou aquela pequena criança ali para nos dar uma grande lição, pois o que ele disse era pura verdade. Nós não podemos guardar perguntas para fazer pra Deus lá no céu. Meditei sobre isso e li que “no céu não haverá lembranças das coisas passadas.” As coisas velhas passaram e eis que tudo se fez novo! Se houvessem, essas lembranças, o céu nunca seria um lugar de eterna felicidade.

Neste planeta só quem conhece bem todas as trilhas, caminhos e veredas, é o nosso querido Jesus, Ele é o maior e o melhor guia, sabe dos obstáculos e como transpor e acima de tudo nos incentiva, no “mundo tereis aflições, tende bom ânimo, Eu venci o mundo!”

Por isso, nunca dispense esse guia, Jesus, por nada desse mundo! Não dispense o Guia, nunca!