TRIBUTO A ZUMBI

"O homem nasceu livre e por toda a parte vive acorrentado".
                                           
Jean Jacques Rousseau

Os primeiros quilombos foram formados em época incerta, não coincidindo com a entrada dos primeiros negros por volta de 1538 e nem foram originários das raças importadas da Africa no primeiro século da descoberta, pois as numerosas tribos importadas da Guiné, representados por grupos étnicos importantes que foram distribuídos proporcionalmente pelas diversas seções regionais da colônia portuguesa, porque não era conveniente que se juntasse na mesma capitania um grande número de negros escravos da mesma nação, o que facilmente poderia resultar em perniciosas conseqüências no entanto tudo leva a crer que tais intuitos de separar as nações se tivessem frustrado na prática, pois na Bahia fortemente se fez sentir a ascendência dos Sudaneses, ao passo que em Pernambuco e no Rio de Janeiro prevaleceram os do grupo Banto.

Os primeiros quilombos, que a princípio foram reduzidos, de poucos negros, muitos dos quais famintos e doentes, que fugiam dos engenhos, das fazendas e dos eitos, só foram possível graça a associação que o negro efetuou com o índio, na causa da resistência a escravidão, e o século XVIII foi o de grandes protestos da raça africana, quando se formaram os maiores e mais tremendos quilombos que tantas apreensões causaram aos colonos e aos governos.


Dentre os maiores quilombos o mais se destacou foi o Quilombo dos Palmares, localizado na atual região de União dos Palmares em Alagoas, era uma comunidade auto sustentável formado por escravos negros que haviam fugido de diversas fazendas. Ocupava uma área do tamanho de Portugal, e situava-se no interior da Bahia, hoje Alagoas, sua população chegava a trinta mil pessoas.


Zumbi nasceu em Palmares, Pernambuco, no ano de 1665, mas foi capturado e entregue a um padre português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado com o nome de “Francisco”, Zumbi (cujo nome vem do africano” nzumbi”, que significa, grosso modo, “duende”.No Brasil, significa fantasma que vagueia pela casa durante a noite). Batizado Francisco “Zumbi” recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar de todos esforços para torna-lo civilizado, Zumbi fugiu em 1680 , com quinze anos  e retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era respeitado como estrategista na arte da luta quando chegou aos vinte anos.


Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o quilombo de Palmares, se aproximou do líder do Quilombo de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecido a liberdade de todos os escravos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita. No entanto Zumbi olhava com desconfiança para os portugueses. Ele não aceitou a liberdade dos negros do Quilombo enquanto outros continuavam escravos, então rejeitou a proposta do governador ficando contra Ganga Zumba. Com esta atitude tornou-se o novo líder do Quilombo dos Palmares.


Depois de quinze anos de pleno funcionamento sob a liderança de Zumbi, o bandeirante Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antônio da Soares sendo surpreendido em seu esconderijo possivelmente na Serra Dois Irmãos pelo Capitão Furtado de Mendonça, foi apunhalado e morto no dia 20 de novembro de 1695.


Sua cabeça foi cortada e salgada sendo levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi. Em 14 de março de 1966 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: “Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares”.


Alguns autores levantam divergências diversas ente Ganga – Zumba e Zumbi que levam ate a desconfiança de Zumbi ter mandado envenenar Ganga-Zumba, e que Palmares era apenas contra a escravidão própria e não a alheia.


Hoje em tributo a Zumbi o dia 20 de novembro é feriado em mais de 200 cidades brasileiras, é celebrado como Dia da Consciência Negra. O dia tem um significado especial para os negros brasileiros que reverenciam ZUMBI como herói que lutou pela liberdade e como símbolo de liberdade.


“O Brasil, último país a acabar com a escravidão tem uma perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade, de descaso”.
                                            Darcy Ribeiro
             

                  


- ANGELICA GOUVEA

C resça em nós
O respeito pelo irmão,
N o peito bate um coração
.S edento de valorização,
C iente de sua colaboração,
I niguálavel na nação.
E m tudo se fez doação
N a vida da população
C uidado com a
I ngratidão
A este povo que construiu nossa nação.

N
o trabalho forçado
E nfim se libertou
G arantiu igualdade
R espeito e hombridade
A ssim mostram sua capacidade..


 Pacco

 Caro Gregório de Matos:

Os vis que o apedrejaram
Co'a indiferença, mamaram
O fel dos marechalatos,
Que zombavam dos mulatos,
Prostrados no tronco a ferro;
Ao longe se ouviam os berros...
E o chicote que estalava!...
/Usavam também u'a clava 
Por apreço aos baronatos! 

Meus renovados parabéns, nobre poeta Ruy! Abraços... Pacco


                                                                                    
Ruy Silva Barbosa
Enviado por Ruy Silva Barbosa em 18/11/2010
Reeditado em 24/11/2010
Código do texto: T2622278
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