O TRÂNSITO CAÓTICO E INFERNAL DE MACEIÓ

José Arnaldo Lisboa Martins

O Curso de Engenharia Civil, não nos ensinou nada sobre trânsito urbano ou rodoviário. Da Escola, o Engenheiro não sai sabendo o Código de Trânsito, mas, na pior das hipóteses, sai sabendo princípios, leis, causas e efeitos dos fenômenos da Física, para ordenar o Trânsito nas ruas e nas rodovias. Sem os rudimentos da Física, ninguém é capaz de planejar uma circulação viária. Para um planejamento racional e para opinar ou fazer perícia depois de um acidente, é necessário saber algo sobre massa, movimentos, acelerações, choques, velocidades, tempos, distâncias e outras grandezas necessárias aos conhecimentos técnicos. Quem não sabe nada de Física, não pode ser um técnico em Trânsito, pois, teria que saber tipos de pavimento, atrito de rolamento ou escorregamento, a força centrípeta ou centrífuga, distância de frenagem, potência da viatura, força viva, a teoria do choque e saber as causas de um capotamento, de um abalroamento e um pouco de geometria. Nosso Trânsito precisa, no mínimo, de um engenheiro ou de um arquiteto, mesmo sendo dirigido, como já foi, por radialistas, vendedores de carro, advogados, economistas, caixa de Banco e pessoas indicadas por políticos, totalmente leigas no assunto. O resultado é que chegamos ao fundo do poço e o Transito de Maceió, passou a ser infernal. Estamos num caos e numa bagunça generalizada. As causas e os efeitos dos acidentes e dos engarrafamentos, passaram a ser ignorados, para as atenções se voltarem para as cadeirinhas de bebés, para os bafômetros e para as carcaças de carros expostos em praças e avenidas.

Como exemplo temos a Av. Fernandes Lima que, de cartão-postal passou a ser uma praça de guerra. Os semáforos não são sincronizados e a tal “faixa-seletiva para ônibus”, tão badalada e com gastos com propagandas, placas e sinalização horizontal, já foi para o beleléu. Quem passa 40 minutos esperando um ônibus, já tem motivo para agradecer à N. S. dos Prazeres, pelos “poucos minutos de espera”. Ali você trafega em toda a sua extensão e não encontra nenhum guarda ordenando o trânsito, quando muito, batendo papo com os colegas. Nos cruzamentos não sinalizados com semáforos, deveriam estar policiais gesticulando e apitando para dar maior fluidez ao transito, porém, quase sempre as mãos deles estão ocupadas com talões de multas. Tem gente sendo autuada e imediatamente multada, quando trafegando em ruas pelas quais não passaram e em horários nos quais estavam longe dali. As defesas nunca são aceitas, para alegria dos que arrecadam dinheiro para as “faixas-seletivas da vida” e os cafés em hotéis de luxo.

São constantes as reclamações, em programas radiofônicos, sobre os congestionamentos, multas injustas e precariedade do Transporte Coletivo de Passageiros. São urgentes estudos profundos, depois de pesquisas sobre origem-destino, velocidades diretrizes atuais e das que devem ser adotadas, quantificação dos lugares oferecidos e dos que são ocupados nos ônibus e quantidades de passageiros, realmente, transportados, nas diversas linhas troncos e secundárias. Ás vezes eu ouço pessoas sendo entrevistadas, falando em “corredores de transporte”, em “faixas-seletivas”, em “vida útil da frota” e em “melhoria da frota”, para justificar os enormes preços das passagens, achando que estão abafando, quando falando com palavras e termos técnicos, porém, sem entender “porr... nenhuma”.

Final- Agradeço aos amigos, leitores e incentivadores: Alves Damasceno, Clementino Verçosa e Dr. Hélio Luiz Moraes, de Palmeira dos Índios.

José Arnaldo Lisboa Martins
Enviado por José Arnaldo Lisboa Martins em 25/11/2010
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