O tempo não para

Hoje é o último dia de novembro e constatei desde outubro que não tinha escrito porra nenhuma esse ano. São 23h. Constatei muita coisa nesse período: verifiquei que finanças de boêmios pobres sempre andam estouradas, observei que a competição que envolve o cargo público me atrai mais que os próprios cargos, percebi que alguns vazios na nossa alma são preenchidos quando buscamos equilíbrio espiritual, entre muitas outras coisas. Porém, nada me consumiu tanto, nada tirou tanto minha paz e matou temporariamente meus sonhos como o fim de um relacionamento de quase três anos.

Nem de longe foi o relacionamento que mais me marcou ou foi o sentimento mais doloroso que passei no fim. Como diz um grande amigo: - No fim é sempre triste, independente de como foi. Um dos fatos que me fazem escrever esse texto às 23:18h, bebendo umas geladas é justamente o jeito que tenho de imortalizar os acontecimentos e buscar observações ainda não feitas. E uma das observações, meu amigo, é inevitável nesse momento. É incrível como uma pessoa que lhe inspira a escrever simplesmente pelo fato de existir, pode inconscientemente lhe tirar a percepção de que está deixando de fazer uma das coisas que mais gosta na vida.

O ano tem doze meses e eu passei nove meses com o psicológico abalado, acordando triste, olhos cheios de lágrimas. Chorei no cabaré, chorei na casa da mãe Joana, chorei no interior com a galera biriteira de plantão e até chorei numa hidromassagem de uma casa de luxo. Mas não vou ficar aqui chovendo no molhado. O tempo não para, assim como as boas oportunidades da vida não param para àqueles que estão sintonizados na vibração do bem, na vibração do amor. O nada não merece ser considerado, apenas lembrado e olhe lá. Digamos que todo mal esconde no fundo um bem.

Tenho visto o sol nascer muitas vezes. E ele tem me visto amadurecer. A essência não muda, o que eu acho importante. Não é fácil viver, mas é muito bom. Principalmente nas noites de sexta-feira em Salvador. Aliás, seria maravilhoso se a vida fosse feita de sextas-feiras à noite. A claridade não incomodaria nossos olhos depois de misturas finas de alcatrão, whisk e cerveja. A propósito eu andei lendo uma literatura boêmia de “alto” padrão: “Eu, Casanova, confesso.” Não lembro o nome do autor. Recomendo.

Depois de quatro cervejas bebidas na maresia não é que acabo esse texto às 00:31h do dia 1º de Dezembro? Aos leitores assíduos um grande abraço. Aos não assíduos um grande “Sejam bem vindos”. Aos boiolas desejo que descubram o perfil do Orkut de Gilberto, meu amigo. As mulheres que crêem poder domar esse coração apenas desejo uma boa sorte. E a TODOS um 2011 espetacular. Que assim seja!

Luís Gusmão
Enviado por Luís Gusmão em 01/12/2010
Código do texto: T2646796
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