Meras Figuras de Linguagem
Hoje encontro antítese em nossa existência e posso afirmar, sem medo de errar, que em suas decisões há vida e há morte, mas com muita ironia, em sentido oposto, também afirmo que você é a excelente Senhora mestra na arte de amar.
Haveria eufemismo se eu tentasse suavizar a situação afirmando que você subtraiu por meios ilícitos os meus sentimentos? Não quero faltar com a docilidade, razão pela qual me justifico em perfeita hipérbole que estou morrendo de amor e continuo como aquele jardim que olha o beija-flor sem dizer nada em perfeita prosopopéia ou personificação, pois afinal tento ser poeta que mesmo em gradação ou clímax mantém a apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) na tentativa de controlar o coração ferido de desejos que ainda tem a obrigação de continuar batendo mesmo apanhando por tamanha ingratidão. É por isso que por apóstrofe insisto na interpelação enfática: Senhor Cupido deus do amor! Dizei-me até quando não intervirás em nosso caso!
Continuo esperando, parado, pregado nos sonhos, em quase perfeita aliteração repetindo ordenadamente os mesmos sons consonantais e sentimentais. E ainda, na mais completa assonância,continuo sujeito a este seu gênio perene que fere e repele.
Queira me desculpar pelo cacófato, mas tenho que admitir que pago preço alto por cada desencanto. Mas assim mesmo insisto no pleonasmo vicioso, repetindo desnecessariamente a mesma idéia: que você um dia volte a entrar imediatamente para dentro do meu coração, mesmo admitindo como eco, que este coração é repetente e mente alegremente na mais profunda ilusão.