A maior felicidade

A grande dificuldade do ser humano é saber exatamente qual é o seu verdadeiro caminho para a felicidade. Acredita que a beleza, o dinheiro ou o sucesso profissional sejam, isoladamente ou não, a resposta para os seus vazios interiores. Supera os mais difíceis obstáculos, e em meio a valores distorcidos e equivocados, nem sempre alcança o que busca. O vazio continua. Ainda assim, não desiste, vai além. Tenta mais uma vez, e outras mais. A morte chega sem que as esperanças tenham acabado. Os que ficaram, iguais aos primeiros, continuam. A procura não termina.

O desejo de ser feliz é intenso o suficiente para tornar despercebida a real fórmula para a felicidade. O homem é um eterno infeliz. Embora as vontades variem entre cada sonhador, os objetivos quase sempre são utópicos diante de suas realidades. Mas momentos felizes existem e são vividos. O que não se consegue é a absorção do prazer. O insatisfeito perde o que foi bom um dia.

Para alguns, no entanto, a felicidade existe no matar a fome, no beber a água. O prazer do pouco. A esperança sempre existirá, mas a realização dos sonhos nunca será condição para os seus bem-estares. Eles já são felizes.

Não se trata, aqui, de uma apologia a não sonhar, mas sim de uma defesa à valoração (ou valorização) de momentos e situações agradáveis, à harmonia entre o homem e o meio em suas importâncias, à beleza simples não sentida.

O homem que não pertence ao seu presente terá do futuro nada mais que o próprio passado. A sua história se repetirá. Ainda mais infeliz, sentirá saudades daquilo que não conseguiu sentir: felicidade.

by Antônia

Antônia
Enviado por Antônia em 16/10/2006
Código do texto: T266003