Ler pode ser bem divertido

Por Rodrigo Capella*

A inclusão digital é uma boa ferramenta, embora devesse ser rapidamente ampliada. Possibilitar aos jovens estudantes o acesso a cenários virtuais não é e provavelmente nunca será a solução ideal para suprirmos o deficit de educação, que, infelizmente, vem se consolidando pelo Brasil, de Norte a Sul, Leste a Oeste.

A esse acesso devemos agregar aulas sobre a Internet e suas aplicabilidade, dinâmicas educativas com o objetivo de despertar no jovem a busca por informações e conteúdos diversos, e também pesquisas amplas que oferecerão embasamentos antes dos jovens acessarem desenfreadamente a Internet.

Justificando: o livre contato com esse mundo virtual pode, na maioria das vezes, transformar os adolescentes em dependentes de jogos com muita luta e sangue, e pouco raciocínio e criatividade, estagnando, desta forma, um processo educativo que se inicia na maternidade e se estende por toda a vida.

Os alunos precisam, então, desde cedo ser incentivados a ler via Internet. Tudo é uma questão de hábito. Se for bem cultivado, os resultados serão muito positivos e veremos, por exemplo, adolescentes colando os olhos na tela para ler obras de autores nacionais, como Machado de Assis e Lima Barreto, mas também de internacionais, tais como Agatha Christie e Sir Arthur Conan Doyle.

Justificando: o contato contínuo com esses romances vai, certamente, enriquecer o vocabulário e a argumentação dos jovens, ampliar sensivelmente o conhecimento literário e histórico, oferecer momentos de puro prazer e, principalmente, mostrar que ler no computador pode ser tão divertido quanto jogar futebol na rua.

Vale a pena tentar e buscar um Brasil melhor. Com esses procedimentos em prática e com muita dedicação dos professores, monitores e alunos, a inclusão digital pode ganhar em importância e, dessa maneira, passar a ser um importante mecanismo de incentivo á leitura, de amadurecimentos psicológicos dos jovens e do conseqüente combate ao deficit de educação.

(*) Escritor e poeta. Autor de “Transroca, o navio proibido”, que vai ser adaptado para o cinema pelo cineasta Ricardo Zimmer. Informações: www.rodrigocapella.com.br

Rodrigo Capella
Enviado por Rodrigo Capella em 17/10/2006
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