O INOCENTE PÃO FRANCÊS

Dia 31/05/2006, na Rádio Jovem Pan discutia-se o assunto em pauta, sobre a quase polêmica proposta de comercialização do Pão Francês pela razão de quilo e não mais por unidade.

Sendo proprietário de uma padaria, naturalmente vi-me mais do que envolvido, comprometido com as argumentações.

Mesmo assim, sobre o assunto propriamente dito, acho que faz todo sentido operar a venda do Pão Francês a razão de quilo.

O motivo é muito simples, quando comercializo o item que produzo por quilo, passo a ter um controle absoluto na relação "Custo x Preço de Venda”.

Por outro lado questiono o argumento pelo qual querem impor a mudança de um sistema já culturalmente praticado, sem ao menos ter uma precisa opinião das partes envolvidas, bem como, principalmente, real constatação na expectativa a favor do consumidor na “Relação Custo x Beneficio“

Sem aprofundar-me nas nuances pertinentes, cito alguns pontos plausíveis:

a) O preço praticado não é tabelado, oscilando entre R$ 0,15 e R$ 0,35 a unidade;

b) O consumidor assíduo no consumo do Pão Francês, naturalmente faz a sua crítica levando em consideração os principais atributos do produto. E há um detalhe importante: tanto para o elogio quanto para a crítica, o consumidor instantaneamente tem o produtor para externar o seu grau de contentamento como cliente.

c) Quero não acreditar que haja um número significativo de Panificadores, propositalmente buscando obter lucro a partir do item “Peso Produto x Produto final“. Com raras exceções, o atual volume de vendas no varejo atinge quantidades significativas e conseqüentemente “Receitas“ tão expressivas só sendo possível atingi-la dentro de uma performance do mix dos diversos produtos comercializados. Por conseqüência, o componente com expressão na composição do custo do produto de fabricação própria, deixa de ser só a matéria prima em si para acatar, com expressão consistente os ”Custos Indiretos Fixos” (Mão de obra, aluguel, encargos diversos, etc. inclusive prejuízos de naturezas complexas).

Por fim, concluí o assunto convicto de que o sensato nesse caso, até por ser polêmico, seria oficializar ao consumidor o direito de pagar o Pão Francês por quilo e ou por unidade. Naturalmente seria também contemplada a opção pela praticidade.

Diante da irrelevância que vejo o teor do assunto, perguntei-me: Com tantas mazelas, critérios e prioridades a serem debatidas, mesmo com o intuito de defender o consumidor de ser lesado por parte de “outros”, seria o panificador o “vilão da vez“ sendo enquadrado como tal?

Insistindo no questionamento do por que da escolha do “inocente” Pãozinho Francês” vem-me à lembrança o gás, a gasolina, a energia, o telefone, etc.

O telefone realmente me incomoda. Por mim e pelos outros, principalmente pelos menos favorecidos e talvez por isso mais propensos a renderem-se à força e poder do Marketing tão eficiente quanto perverso. Perverso quando impõe, no patamar de prioridades, muitas falsas necessidades como meio para “conquistar” a "Felicidade”.

Lembro-me nesse instante do último “Out-dor”” referindo-se a um determinado aparelho para telefonia celular, que dizia: “O seu telefone diz muito a seu respeito. Se diz bem... ou ... depende....”

Insistindo no item telefone (serviços) principalmente para celular e extensivo ao fixo e com certeza também a outros itens de consumo, encontro dificuldades na tentativa de equacionar os possíveis cálculos da depreciação dos custos de implantação de tal sistema, face aos preços praticados.

Em última análise, chego ao absurdo de questionar se seria justo, a esses preços, disponibilizar esse tipo de tecnologia para uma sociedade na grande maioria com péssimo poder aquisitivo e conseqüentemente com tantas prioridades por serem contempladas; que deixa de lado itens como : saúde, educação, etc, que a “Casa Própria “ por motivos óbvios, torna-se inviável ou seriamente comprometida face ás muitas pseudonecessidades imediatas como: celular, dvd, microondas, internet, baladas, grifes etc.

A essa altura dos questionamentos, lembro-me de um livro cujo título é: “QUALIDADE COMEÇA EM MIM“ (Tom Chung – 1994)

O autor, num determinado capitulo, faz uma síntese com referência ao “ choque cultural” experimentado pela sociedade, na virada do século. Não deste último, e sim do XVIII para o XIX, quando da passagem da Era da Agricultura para a Era Industrial, argumentando que neste momento crítico de..., conclui; “ALÇOU A EXCITAÇÃO ACIMA DO CONTENTAMENTO” (pág. 28).

Achei fantástica esta precisa conclusão e inevitavelmente percebo o quanto ela é também uma resposta para o atual momento que a sociedade experimenta.

É notável a forma quase desonesta com que boa parte do marketing associa seus produtos a uma suposta conquista de felicidade, prazer, poder, etc. Face a esse raciocínio, não consegui abortar uma quase conclusão que de imediato veio-me ao pensamento : Seria premeditado?, Obra do acaso? Ou simplesmente veio a calhar a nossa terrível realidade em prol do – selvagem ou não - "Sistema Capitalista?”.

Esta realidade a quem refiro é a de um povo carente, quase triste senão infeliz na maior parte do tempo, dada a sua falta de otimismo quanto a melhores dias. Resumindo: a maior parcela da sociedade tem mínimas probalidades e mínima base para pensar numa formação acadêmica de qualidade. A outra parcela, a minoria, mesmo acreditando ter essa possibilidade aumentada, também sofre o temor de saber que mesmo com alguma formação (às vezes precária por natureza) suas chances num mercado de trabalho limitado e seletivo também não o deixam tranqüilo.

Quanto mais raciocino sobre nossa realidade, mais me sinto insatisfeito, e em desacordo com tudo que vem acontecendo em nosso País e também no mundo. Na tentativa da busca de uma saída menos complicada de um entendimento das causas dessa triste realidade, faço um atalho e identifico o item desperdício como sendo o primeiro ponto a ser discutido. A meu ver, o 1º grande desperdício está no potencial de um povo - fácil de ser mensurado e do qual se aproveita muito pouco. Insistindo nestes questionamentos, vem-me à mente um brilhante professor arquiteto, bem cotado como docente na Universidade que lecionou e muito bem sucedido na sua empresa de Projetos. Recentemente tive o prazer de conhecê-lo e conversar longamente sobre muitos assuntos, onde afirmava que nos idos de 1964, a mudança nos métodos de ensino e a conseqüente queda da qualidade bem perceptível de lá para cá, teria sido uma imposição de Potência Econômica mundial, temerosa que num futuro breve o Brasil se tornasse uma grande Nação.

Quando falei no potencial fácil de ser mensurado, poderia citar alguns casos que vivenciei, mas cito um recente quando necessitei de um pedreiro para executar um reforma. No primeiro contato, percebi tratar-se de uma pessoa ainda nova, simples, honesta e com grau primário de estudo. Fiquei satisfeito com a eficiência com que elaborou, em poucos minutos, fazendo cálculos de cabeça, o orçamento e a respectiva relação de materiais. Contratei-o, e no evoluir da obra constatei outros pontos positivos como: força de trabalho, dinâmica e conseqüentemente um bom desempenho.

Instantaneamente extrapolei: Esta pessoa, vinda de uma família simples, bastante provável em condições desfavoráveis para viabilizar uma formação escolar à altura, numa condição a favor onde poderia chegar? Em quanto multiplicaria sua contribuição para fazer deste um grande País?

Insisto: por que somos um País de “Pobres” se nesses quinhentos anos produzimos muito, e este “muito“ mede-se não só pela excelência na qualidade de vida de uma elite, mas principalmente pelo bom grau tecnológico que apesar dos pesares se fez realidade?

Não questiono haver uma elite, mas imagino uma inversão da pirâmide na qual um maior número de Brasileiros conquistem um melhor posicionamento, em que se pratique o bom senso, em que se evitem os desperdícios.

Logicamente ainda haveria uma minoria, talvez por limitações próprias, compondo o grupo dos menos privilegiados, mas não obrigatoriamente de “pobres”.

A essa altura sinto-me frustrado, porque no auge dos recentes acontecimentos e desenrolar das CPI’s (“Mensalão”, “Correios”, “Valério Dutos“...) escrevi um texto com alguma intenção e findei engavetando-o. Vou aproveitar esse novo ímpeto de insatisfação e transcreve-lo aqui. Intitulei o texto como:

“DESAFIANDO O ATUAL PARADIGMA POLITICO”

VISÃO: Imensamente insatisfeito e incapacitado para aceitar os desfechos que o Congresso Nacional na postura de seus membros, nossos representantes legais, que persistem nas deliberações em causa própria em detrimento da Nação, especificamente no que diz respeito ás “CPIs” em curso, tomo a liberdade de:

MISSÃO: Elaborar um abaixo assinado eletrônico onde os assinantes cobrariam as providências óbvias por parte do Ministério da Justiça, ao mesmo tempoque os atuais Procuradores da República buscariam junto a OAB um aporte jurídico para tal.

Apresentamos como respaldo e base das acusações uma síntese das matérias veiculadas pela imprensa, incluindo-se os depoimentos incontestes, (principalmente quando se calavam respaldados por absurdas liminares) e os demais produzidos nas muitas oitivas assistidas nas CPIs a partir da primeira denúncia do (justamente cassado) deputado Jéferson.

Nessa cobrança exigir-se-ia de imediato que fosse assumida a responsabilidade que vergonhosamente as comissões e votações da CPIs não honraram, ou seja, indicar os demais culpados, destituí-los dos mandatos delegados pelo povo e efetivar o ressarcimento dos prejuízos impostos à Nação.

Também esse abaixo-assinado seria a sustentação de projeto de lei no qual propor-se-ia que toda campanha eleitoral fosse feita somente com utilização dos veículos de comunicação (Rádio e Televisão) exigindo-se conteúdo e seriedade nas propagandas. Essa medida teria como única intenção cortar na raiz o processo de corrupção que se auto-alimenta de financiadores de Campanhas que criam “créditos“ com os “elegíveis“ em potencial.

Fazendo um raciocínio elementar, onde aplicamos valores “referência” estimados por entidades competentes que apontam quanto recurso se gasta em média para eleger-se nas diversas cadeiras do Legislativo e Executivo da República teremos: CADEIRA DE: VEREADOR, PREFEITO, GOVERNADOR, PRESIDENTE, SENADOR, DEPUTADO ESTADUAL, DEPUTADO FEDERAL.

TOTALIZAÇÃO

• - Não estão sendo computados os candidatos não eleitos, valores esses estimados em no mínimo o equivalente ao projetado aos eleitos.

• - Sabedores que somos de que esses recursos, na sua grande maior parte, são oriundos de empresas e ou sistemas com objetivos claros de obter lucro, podemos aplicar um índice de no mínimo 1,5 sobre o “investimento”

Nota

Ficou explícito que escrevo esse texto já há algum tempo. No percurso desses específicos três meses, a cada semana os próprios veículos de comunicação surpreendem –se com novas e gravíssimas denúncias de corrupção.

A última, em apuração no estado de Rondônia, envolve autoridades nos cargos máximos de instâncias com tal magnitude que nos custa crer. Por mais tolerante que um povo possa ser, não se pode admitir que o chefe do Executivo de um Estado, portanto nada menos do que o Governador, o chefe do Judiciário, o Excelentíssimo Juiz Presidente do Tribunal de Justiça, o chefe do Legislativo, portanto Presidente da Câmara; estejam todos envolvidos em roubalheiras, a tal ponto de serem enquadrados na condição de formadores de quadrilhas, legitimamente algemados pela Policia Federal.

A penúltima denúncia, denominada jocosamente de “Sanguessuga” enumera nada menos do que o envolvimento de 72 (setenta e dois ) deputados e 3 (três) senadores comprovadamente participando de ações fraudulentas. Eram as ambulâncias superfaturadas que naturalmente seriam entregues á população, ao som de banda de música, querendo demonstrar a grande preocupação dos parlamentares com a saúde pública, com o povo.

Sinceramente não dá! Não dá mais! Não dá para ficar calado!

Pergunto-me: E daí? Falar o quê? O que fazer? Tanto já se noticiou nos últimos tempos e nada abalou toda estrutura detentora de tantos interesses responsáveis por tentadoras vantagens que os coloca em tal estado que os impedem de pressentirem que, a longo prazo, não só estão desqualificando as galinhas dos ovos de ouro como transformando uma parcela dessas inofensivas galinhas em verdadeiros monstros. E por ironia ou até por absurda justiça, esses monstros convivem muito próximos dos seus incitantes.

Com este sentimento de impotência, mas ainda disposto a mais sacrifícios para iniciar um movimento pacífico até quando for possível, deparo-me com uma pesquisa realizada pelo Ibope Opinião. Esta pesquisa chega-me ao conhecimento exatamente quando havia comentado que caso buscasse um número aleatório numa lista telefônica, ligasse e propusesse à alguém um negócio explicitamente não muito honesto mas com vantagens cobiçáveis, quais seriam as chances de uma segunda conversa?

Pois bem, a referida pesquisa, citada no Jornal Agosto/2006 da Universidade São Judas Tadeu sob o título: “O brasileiro é tolerante à corrupção?“ apontou que “75 % da população não só tolera a corrupção como admitem que seriam capazes de cometer pelo menos um dos 13 atos de irregularidade listados pelo Instituto; um índice assustador“

Conclusão: certas práticas deploráveis estão lentamente sendo incorporadas à cultura do povo brasileiro.

Atento a este termo “CULTURA” deparo-me inúmeras vezes com o insipiente termo “anti-cultura” o qual ecoa com sentido equivocado. Segundo brilhante definição de "CULTURA”, citada no livro “Antropo e psique“ entende-se por cultura: “Na ânsia de suprir, equacionar, satisfazer suas necessidades múltiplas, muitas delas caracterizando-se como função vital, uma civilização cristaliza o que se define funcionalmente como cultura”

Concluo: No melhor dos sentidos não existe “anticultura”, existem culturas negativas e culturas positivas. Assim como também não acredito na existência simples do BEM e do MAL, da mesma forma existem sim potencialidades, forças, recursos que são induzidos tanto para práticas construtivas quanto para destrutivas.

Vale a pena provocar uma discussão com base num texto do citado livro “Antropo e Psique”, o qual reproduzo mais adiante. Refiro-me a algumas facetas específicas que nossa atual cultura popular vem repercutindo com significativa força. Uma dessas significativas facetas pode ser observada nas músicas executadas nas “baladas” que atraem verdadeiras multidões.

A música sempre foi e será um canal de expressão cultural através do qual extratos da sociedade se mostram. Considero que seria produtivo nesse momento em que novos paradigmas surgem a cada instante, fazer uma análise crítica de nossa arte contemporânea, analisando, por exemplo, as letras das músicas, suas nuances melódicas e captar quais são os contentamentos e os desencantos nelas impressos.

Voltando ao ponto onde comentava a fatídica pesquisa efetivada pelo IBOPE, insisto: Não dá mais, precisamos fazer alguma coisa enquanto ainda é possível. Na ânsia em se conceber alguma proposta, ainda que inusitada, vem-me à mente Platão e seu estado de descontentamento, há 400 aC, quando da irreparável e deplorável atitude por parte da então classe política que, insensatamente impôs ao Mestre Sócrates duas alternativas: voltar atrás com suas críticas ao sistema ou sair definitivamente de cena ingerindo a mortífera cicuta.

Platão motivado pelo inconformismo e sofrimento extremo de ter perdido o seu grande mestre, seu grande amigo, escreve um tratado que mais tarde seria reconhecido como sua obra principal = "REPÚBLICA"

Numa síntese resumida de “República”, Platão propõe educar toda uma sociedade, desde tenra idade visando principalmente preparar futuros políticos. Teria como pilares duas artes: a música (englobando a poesia) e a ginástica. Na medida em que esses alunos crescem dentro daquele regime educacional no qual a disciplina e a retidão de caráter são primordiais, vão sendo submetidos a constantes e evolutivas avaliações. Aos que não comprovarem aptidão e vocação para avançarem nos ensinamento mais apurados, serão oportunizados a exercerem as diversas profissões na área de comércio e de manufaturados. Dos futuros políticos (governantes) exigir-se-á ainda mais esforços para os estudos com ênfase na matemática e dialética, visando atingirem o que Platão define como verdadeiro espírito filosófico, ou seja, aquele que não tem como ideal de felicidade chegar ao poder para ser honrado por sua sabedoria ou para adquirir prestígio e riqueza. Ele não deve cultivar qualquer tipo de orgulho e é feliz por ser o educador maior de todos - aquele que governa para fazer de seus concidadãos homens e mulheres melhores.

Pois bem, numa democracia é o povo que delega seus poderes aos governantes. Somos nós que, através do voto vamos ter, além da oportunidade de escolher, a responsabilidade em transferir nossa cota de poder para alguém que passa a nos representar. Esse nosso representante necessariamente tem que ser melhor do que nós em todos os sentidos, pois suas decisões vão incidir sobre nós, sobre nossos vizinhos e nossas futuras gerações.

È aterrorizante o diagnóstico do exame radiográfico imposto à classe política do nosso País. Mais do que nunca se faz necessário dar início a uma monumental tarefa visando corrigir equivocados comportamentos. De início, exigir de nós mesmos elevados critérios na escolha dos nossos futuros representantes.

Aliás, antes de pensar em escolher, e até para que tenhamos chances no escolher, necessário se faz que os presidentes de todos os partidos eliminem dos seus quadros aqueles candidatos nitidamente desqualificados. Fica explícito que o presidente do partido deve submeter-se ao crivo.

Subseqüentemente espera-se que o TRE, visando propiciar mais de que subsidio ao eleitor, no uso de suas prerrogativas e no sentido de imbuir decência aos cargos políticos pleiteados e respeito ao ato cívico ao qual nos submetemos a cumprir, tome as medidas necessárias.

Seria plausível que no âmbito dessas medidas, sejam contemplados critérios sérios no que diz respeito ao uso do horário político gratuito nos veículos de comunicação bem como qualquer outro meio de propaganda.

Não podemos tolerar essa forma bizarra, para não adjetivar como “pobre”, feia, ignorante, mentirosa, covarde, desonesta, tendenciosa, medíocre, etc. a que esses candidatos fazem uso. Medidas e propostas devem ser analisadas, como por exemplo a possibilidade de ao invés do partido repetir chamadas vagas diversas vezes ao dia, por que não acumular esse tempo numa fração maior de tal maneira que fosse viável a apresentação de idéias, planos e propostas concisas?

Nessa apresentação necessariamente estaria contemplado o currículo do candidato no qual se buscaria respaldo para suas propostas.

Mas,impressionante, para não dizer inacreditável.

Decorridos apenas alguns dias para encerrar este manifesto e deparamo-nos com fatos novos.

E, diga-se de passagem, que infelizmente as nuances que compõem mais essa mazela a qualificam numa escala de considerável gravidade. Não só pelo montante, R$ 1.700.000,00 (hum milhão e setecentos mil reais) quanto pelo desqualificado “maquiavelismo” versus personagens envolvidas nessa complexa, ardilosa e descabida negociação decorrente de estratégias deploráveis com supostos fins eleitorais.

Deixo claro que não tenho ligação político-partidária com quem quer que seja, mesmo porque ainda não decidi meu voto para as eleições majoritárias.

Observo, ainda, que até o momento nenhum dos candidatos com chances reais de vitória contemplou em seus projetos de governo de forma contundente ou prioritária o item que se apresenta como o principal pilar da reconstrução moral do nosso país que é a Educação.

Necessariamente, essa nova educação deveria ser pensada com profundidade suficiente para que ainda que lentamente, pudesse resgatar os atributos necessários para a qualificação do povo, inclusive a essência para a formação da família, atualmente tão desprestigiada.

Ainda com relação àquele fato da negociação, torna-se mais grave quando visto sob a ótica da máxima que diz: “Não existe corrupto sem que haja o corruptor”.

Estava em curso uma negociação entre partes com interesses afins.

Lembremo-nos que essas partes representam aquelas que “são” e as que pretendem “ser” autoridades máximas do nosso pobre país.

De um lado concebeu-se um produto, um “dossiê” tão comprometedor ao ponto de atingido o interesse, ou a necessidade da outra parte, findou alcançando tamanha cotação.

José Oliveira
Enviado por José Oliveira em 18/10/2006
Reeditado em 23/10/2006
Código do texto: T267429