‡ Nós e os "nós" da vida ‡ (Ar.Ti.go)

O ser humano é realmente uma caixinha munida em surpresas, sejam elas boas ou não e isso depende muito do ponto de vista de cada um; já que o bem e o mal são correntes altamente relativas e dependentes uma da outra para existirem (vide uma vela acesa).

Temos que aprender a pensar a partir do "nós" e não mais segundo o "eu" ou o ego externo. O egocentrismo cede ou mata qualquer tipo de relacionamento, já o "nós", une, apazigua, reverbera, reveste, preenche; ascende! É o que acontece, habitualmente, nos relacionamentos; onde a unilateralidade cede o que ambos construíram através dos anos de conquista, grande parte das vezes. O querer ser melhor ou maior qu´e o outro, faz destes relacionamentos, heterogêneas metades a serem dependentes umas das outras; para assim, sobreviverem às suas próprias causas má resolvidas para com eles próprios. Tudo isto gera o medo, e o medo nada mais é do que comparar-se a outrém ou a um fato. As trevas humanas iniciam-se quando o indivíduo permanece nos estados de: medos, paixões e vaidades. Aí a ausência de luz faz-se presente, mas isso é assunto para um outro artigo.

Estamos acostumados a receber mimos, aplausos, ovações e quando isto não acontece; nos frustramos. Mas porque frustrar-se ante o que o outro não tem a nos oferecer? E o doar-se? E o amar-se, onde ficam? Enquanto vivermos em prol do outro escolheremos viver em estado de sofreguidão, e viver desta maneira é assaz perniciosa para nossos corações, almas e principalmente para o corpo. Jamais viva ou deposite sua felicidade nas mãos de outra pessoa, porque se assim for, seus dias de dor, lástimas, lamúrias, farar-se-ão presentes; causando assim as doenças do corpo e d´alma.

Ao conseguirmos sair deste estado letárgico de pura dependência sentimental ou física de outrém, passaremos conviver mais harmoniosamente conosco, e sendo assim, teremos mais saúde e consequentemente, mais vida. Toda dependência causa vício, e todo vício é fruto de estar preenchido pelo externo. A partir do momento em que dependemos do externo para nos satisfazer, estaremos sendo metades e não uma inteira parte de nós mesmos.

Muitos ainda insistem em casar-se com o próximo por puro jogo de interesses; sejam eles capitalistas, estéticos, etc...ou seja, a vaidade toma conta de seu cerne de uma maneira tão árdua e pegajosa, que o indivíduo é capaz de mostrar-se ser o "dono do mundo", para conseguir o que almeja.

Vejamos um exemplo clássico:

Um homem casa com uma mulher ou a namora, somente por esta ser "a gostosa, a popular", etc... Muitos deles o fazem somente como objeto de demonstração para a sociedade e amigos, mas quando que na verdade, lá na intimidade do casal, nada se faz ou usufrui de momentos belos ou prazerosos para com ela. É aí que notamos a superficialidade de alma das pessoas, a pobreza espiritual que grande parte dos seres estão regendo suas vidas. O mesmo acontece quando uma mulher casa-se com um homem somente pelos bens materiais que este possui. Outro erro incalculável para consigo próprio.

Estes exemplos são minúsculos perante a uma gama intensa de outros infindáveis exemplos, os quais podemos citar e denotar com tamanha habilidade, provinda das mentes e corações humanos.

Até quando deixaremos de viver a vida de outrém a fim de vivenciarmos as nossas próprias? Até que ponto somos capazes de vivermos sozinhos conosco sem depender sentimentalmente, fisicamente ou financeiramente de outra pessoa? Até quando regeremos nossas vidas pelo Amar, e não mais pelo gostar? Sim, amar que eu digo é doar-se ao outro sem querer nada em troca, é compreender o estade evolutivo em que o outro se situa, é amar-se a ponto de fazer suas próprias vontades sem prejudicar quem está ao nosso lado (isento de vaidades), é amar-se pelo puro e simples ato de expandir os sentimentos além deste planeta, pois quando doamos, que seja nosso tempo para ouvirmos, abraçarmos ou até silenciarmos, estamos não só ajudando esta ou aquela pessoa, mas também, estamos contribuindo para com todo o processo evolutivo e, consequentemente, com todo o planeta.

A partir do momento em que pararmos de plantar ervas daninhas em nossos corações, ocasionando doenças fúteis em nossas vidas, conseguiremos atingir potentes graus de harmonia interna e porque não, o estado de felicidade?

Viver não é adoecer, e sim, experenciar os testes que nós próprios causamos e somente assim, estaremos preparados a compreendê-los. Precisamos para de tentar buscar respostas no externo, quando na veradade, tudo temos está dentro de nós. Basta autoconhecer, basta compreender nossos limites e jamais ultrapassá-los, basta ouvir nosso íntimo, nosso "Mestre interior"; basta não mais viver de mentiras contadas para nós próprios e somente assim, o estado de sublimação fará-se presente em nossos dias.

Vamos refletir nele que melhor nos guia, que é o nosso ser de luz e as palavras munidas à sentimentos provindas do coração. Pois a palavra quando proferida com o coração, se faz verbo, e o verbo é uma realização pressuposta de seus intentos maiorais ou não, de uma pessoa! Portanto devemos zelar e muito, pelo que proferimos sentimentalmente através do verbo.

As dores do corpo são iminentes, elas existem e não tem como cessá-las, somente com remédio, ou seja, não temos escolha (*vide uma dor de barriga, quando esta vem, sai debaixo..risos); já o sofrimento é pura e simplesmente uma escolha de cada um, uma opção de vida. Portanto, vamos parar de reger nossas vidas pelo sofrimento e reger nossas vidas pelo amor? Pelo viver! Pelo autoconhecer! Pelo vivendo e não simplesmente existindo! Vamos nos despredender daquele que mais nos propaga as amarguras? (que é o tempo). Desprendendo-se do tempo você saberá guiar sua vida d´uma maneira mais simples e eficaz. E o que é desprender-se de tempo? É ouvir quando precisar ouvir a quem necessita, é olhar tenramente à dor do próximo, é sentir a do do próximo ("Feliz daquele que sente a dor alheia") enfim; é ser caridoso sem jogo de interesses. Caridoso consigo próprio, antes de mais nada, pois, de nada adianta doar-se a outrém sem antes ser o que há de melhor dentro de si próprio.

Findo este artigo com uma frase a qual já publiquei em outros textos (antigos daqui do RL): "Não existe certo ou errado, mas sim o necessário, pois tudo na vida é perfeito; ou seja, o que é, é e ponto, pelo simples fato de ser perfeição." Por isso não devemos reclamar dos obstáculos os quais nos vem, e sim, agradecer; pois no universo tudo é perfeito, mesmo você achando que não seja ou esteja bom a si próprio!

----Sábio é aquele que compreende o seu íntimo----

Paz Profunda a todos os seres...

‡Ånjo Sidéreo‡

Tiago Tzepesch
Enviado por Tiago Tzepesch em 06/01/2011
Código do texto: T2712957
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.