Tabaco! Por que fumar? Por que não?!
Cada vez menos o ato de fumar socialmente está em moda. Por quê?
Como é o perfil daqueles que persistem no ato de tragar nicotina? Como são suas características físicas no que se refere a suas peles, voz, aspectos gerais? E seus traços psíquico-emocionais? Suas personalidades? Suas reações afetivas e emocionais? O que distingue um fumante de um não fumante?
Enfim, por que as pessoas fumam?
Você já parou para pensar nestas questões e observar o comportamento das pessoas no que tange a este hábito? Observe que foi dito ‘hábito’ e não ‘vício’, porque este escrito tem por finalidade de entender os fumantes e não julga-los.
Uma reflexão leva a outra. Então, por que buscar entende-los? Respostas simples: Porque o ser humano é um ser instigante e porque já fui fumante. Portanto, longe está qualquer objetivo moralizante do texto.
Antes dos contatos entre as diversas civilizações e culturas, o hábito de fumar restringia-se aos habitantes da América Pré-Colombiana. Os chamados indígenas usavam o tabaco em suas cerimônias ritualísticas como meio de contatarem as entidades que compunham o seu imaginário religioso-lendário. Quando os europeus aqui chegaram não só levaram o hábito de fumar para a Europa, como para a África e Ásia. Viram uma fonte lucrativa de explorarem comercialmente o tabaco.
Na Europa o uso do fumo logo se difundiu e não faltaram defensores que viram na prática ações medicinais. Além disto, comerciantes europeus utilizaram o produto como forma de escambo para conseguirem escravos. Logo, sem perceberem a ação viciosa, o ato de fumar estava difundindo, da América para todo o mundo.
Inicialmente o fumo era vendido aos rolos e era usado para queimá-lo em cachimbo ou mascá-lo. Dele passou a fazer-se também o rapé para ser cheirado.
Entretanto, foi no Século XX que seu uso foi cada vez mais difundido e é neste mesmo Século que se percebe as conseqüências danosas para a saúde.
A difusão do ato de fumar neste Século se deve a razões de cunho social-psicológicas e econômicas.
As razões históricas social-psicológicas se fazem com o hábito incentivado pelas duas Guerras Mundiais. Era comum distribuir fumo e cigarros entre os soldados. A nicotina parecia acalmar e tranqüilizar e ao mesmo tempo substituir psicologicamente a segurança representada pelos lares que ficaram e os laços afetivos deixados.
Mesmo depois da Segunda Guerra, no período da Guerra-Fria, o prazer de fumar fazia esquecer a insegurança atômica representada pelo controle e ameaças das duas potências mundiais (Estados Unidos e União Soviética). Tudo refletia esta insegurança e levava à boemia: a vida do prazer pelo prazer, as músicas de “fossa”, os boleros – a nicotina aliviava.
As razões econômicas se fizeram pelos lucros obtidos pela indústria tabagista, que criava o cigarro (o fumo enrolado em papel). Aliada a esta indústria estaca a indústria cinematográfica que mostrava o quanto era glamoroso fumar. Para isto valia a deixa e o trocadilho: “Ao sucesso com Hollywood!”.
Quem viveu a década de 1950, 1960, 1970 testemunhou como que o ato de fumar era sinal de estatus, ritual de iniciação de vida adulta e prova de independência. O absurdo era não fumar.
No final do Século passado e início de Século XXI é que as campanhas anti-tabagismo foram ganhando força e difundido os malefícios causados pelo uso do cigarro.
Hoje o fumar é visto como prejudicial e está cada vez mais banido o ato de tragar nicotina em público.
E você tem os dentes e a ponta dos dedos amarelados? Vive pigarreando e tem a voz rouca? Tem a pele sem viço e cheira à fumaça de cigarro? Acorda pela manhã parecendo que a boca é uma chaminé e os outros reclamam de seu hálito? Além do prazer, sente-se melancólico após alguns minutos depois de fumar?
Não está na hora de rever hábitos e comportamento sabendo que o viver e a boa saúde é o maior prazer?
Pense nisto!
LLisbôa, Bcena 06/01/2011.
TEXTO 11 - CADERNO: VOLTANDO PARA CASA