Laís retornou

Sim, a alegre e simpática Laís retornou à pátria de origem. Foi uma partida inesperada, mas seus familiares souberam compreender que há razões que escapam ao nosso alcance de entender os fatos e as circunstâncias.

Basta imaginar um barquinho que leva nossos amores para uma viagem. Acompanhamos a partida e o barquinho vai se distanciando até tornar-se ponto quase imperceptível e depois desaparecer. Bate a saudade, ficamos a nos perguntar como está, com quem está, se precisa de algo, se faltou alguma coisa, quando nos reencontraremos...

Nossos amores, todavia, estão bem. Levam consigo tudo que são, que aprenderam, levam consigo suas lembranças e felizes recordações daqueles que ficaram no porto.

Mas na outra margem do mar, outros amores os aguardam. Estão ansiosos pela chegada e começam a vislumbrar um ponto – de início imperceptível –, que vai tomando forma até ser reconhecido como o barquinho que vai atracar no porto e possibilitar o reencontro daqueles que aguardavam a volta desses amores que retornam...

Aí as alegrias do reencontro, das recordações, das notícias da outra margem... Aí a adaptação às novidades, à nova vida.

Mas e a saudade, como fica? Ah, a saudade. Embora as distâncias físicas, podemos nos encontrar pelo pensamento, pelas lembranças, pelas recordações, pelos sonhos. Afinal é uma separação temporária, de uma viagem apenas... Logo também embarcaremos para o reencontro de felicidade e seremos recebidos por aqueles que foram antes. Que alegria o abraço do reencontro que em breve tempo se dará para todos.

Assim é a morte, que não é morte e sim apenas a continuidade da vida.

Em experiências necessárias (cada um tem a sua necessidade, o seu mérito), vamos nos aprimorando e somando aprendizados, em todos os sentidos, tanto para quem vai, como para quem fica.

O melhor, todavia, o sublime até, diríamos, é que a imortalidade é algo palpável, real, que não nos separa, apenas nos une mais. Aí percebemos com intensidade quanto foi bom ter vivido com aquele alguém tão querido.

Seus pais, Laís, seus avós, seus primos, tios, irmãos, suas colegas, suas amigas, todos enfim, choraram de saudade e pelo impacto, é claro, mas não houve revolta, houve resignação, aceitação serena. Porque todos compreenderam que era seu momento. Foram e são fortes no testemunho de fé, de crença, de gratidão, por estarem ligados a você, amiga querida!

O ambiente foi de forte emoção, mas foi também de muita elevação, e queremos dizer-te que tua experiência é lição viva para todos nós. Desperta nossa sensibilidade, conclama-nos à fé, reergue nosso ânimo – porque nos ensina a amar – e mais: vem nos mostrar uma vez mais as glórias da imortalidade, que você constata pessoalmente agora. Afinal, o corpo dilacerado que lá estava, todos entendíamos, não era mais você. Ele era apenas o instrumento que você se serviu durante algum tempo. Você, ah você! Você seguiu com o amparo de devotados amigos para continuar suas experiências. Logo nos dará notícias, não temos dúvida, e se tornará em breve tempo a amiga (que já era) da família e que vai participar da recepção de seus amores quando chegar a vez deles viajarem, um a um, cada um a seu tempo.

Você, como nós, seus amigos, também pode chorar de saudade. É natural. Mas uma coisa é muito certa: jamais estaremos separados, pois os laços de amor nunca se rompem e sabemos que quando puderes, virás abraçar um a um de seus amores que aqui ficaram.

Parabéns, Laís, pelo afeto que construiu nos corações que te amam e pelo tesouro que são seus familiares.

Onde estejas, receba nosso abraço! Receba o amor de teus pais, de teus irmãos, daqueles que agora torcem e vibram pela tua felicidade, na nova vida.

Ficamos a pensar quantas perspectivas você tem agora. Você vai conhecer conquistas que o planeta talvez só venha a conhecer daqui a décadas ou séculos. Você agora vai ampliar sua visão, seu entendimento. Mas isso porque você partiu em paz, sem comprometimentos, sem apegos, sem precipitações...

Poderá amar ainda mais seus amores.

Nós ainda temos necessidade de permanecer por aqui. Precisamos completar ainda o aprendizado dessa existência.

Mas não te esqueceremos... Obrigado pela experiência marcante que proporcionou a todos nós. Deus te ampare, alma querida!

Se você se sensibilizou com esse texto, leitor, saiba que ele apenas reflete um das mais autênticas realidades da vida humana: somos seres imortais! Viveremos para sempre e os laços de afeto que construímos nunca se perdem ou se destroem...

A vida é valiosa demais para ser desprezada. Isto porque todos nós, todos mesmo sem qualquer exceção, somos verdadeiramente Pérolas de Deus! Criados pelo amor e para amar.

Orson
Enviado por Orson em 23/10/2006
Código do texto: T271549