A GERAÇÃO "Y"

"A maior descoberta de minha geração é que os seres humanos podem modificar suas vidas apenas mudando suas atitudes mentais." William James.

A cada ano que passa nos distanciamos do principio da caminhada. Não há chances de ficar no passado, até mesmo porque o passado não é democrático, uma vez que o futuro é compulsório. Nossa vida muda num instante. Nenhum Natal é igual ao outro, porque as pessoas mudam de festa, embora o motivo seja o mesmo e o sentido se afaste da origem a cada ano. Só o consumismo parece estar maior que o ano que passa, porque continuamos comprando coisas que não precisamos, sem deixar de acumular as outras adquiridas nos anos anteriores. A causa dessa loucura toda é da modernidade que trás para perto de nossos olhos, produtos de última geração, causando em nós uma necessidade de adquiri-las, como uma de primeira. É estranha a sensação que a modernidade que nos causa. Ou compramos agora ou estaremos ultrapassados.

Para cada ano, um plano. E segundos os estudiosos sociais, a cada seis anos é chegada uma nova geração com novas necessidades e perfeitamente capazes de dizer o que querem e como querem. São imediatistas, trabalham com avidez e possuem uma nova forma de ver o mundo, trazendo consigo a ansiedade pertinente a sua era. Estou me referindo a Geração “Y” tão comentada nos dias de hoje e já perfeitamente integrada aos novos ditames sociais. A Geração “Y” precedido pela Geração “X” e posteriormente sucedido pela Geração “Z” é chamada de geração do Milênio ou da Internet, uma vez que sua chegada é marcada justamente com o advento da chamada World Wide Web, uma rede capaz de ligar pessoas e mundos diferentes pela tela do computador, oferecendo recursos e praticidade de comunicação, influenciando a forma de como o mundo se comunicará com o futuro.

A Geração “Y” é chamada a todas as pessoas que nasceram após 1980. Já outros estudiosos sugerem que sejam os nascidos entre meados das décadas de 1970 e 1990. Essa geração se desenvolveu beirando a invenções tecnológicas e recursos modernos, juntamente com a prosperidade econômica que proporcionaram pesquisas e investimentos generosos para a captação de novas tendências. São voláteis e criam ambientes totalmente versáteis como forma de se comunicarem com o meio onde vivem. São impulsionados a viverem em movimento, estimulados por atividades diversas, realizando múltiplas tarefas, capazes de um raciocínio leve e prático, sem muito apego a normas e parâmetros que sugerem metodologias complexas e procedimentos antigos. São capazes de se renovarem a cada nova estação, cria a própria moda como interesse único de firmarem sua identidade são chamados de dispersos pelas gerações antigas, mas mantêm o respeito das novas, uma vez que o futuro é uma tomada radioativa com conexão sem cabo. Não alimentam nada com caráter permanente, no entanto se apegam fácil a idéia da novidade o tempo todo.

Acostumados a conseguirem o que querem, não se sujeitam às tarefas subalternas de inicio de carreira e lutam por salários ambiciosos desde cedo e por uma carreira promissora. E ser promissor para essa geração significa não fazer planos de aposentaria, nem tão pouco colecionar premiações por anos dedicados a um só lugar. Versáteis, buscam autonomia e desafios e são capazes de mudar de casa, de amigos, de casamento e de emprego, se alguma coisa não acontece dentro do prazo de tolerância e convivência. O meio ambiente para essa geração facilita a comunicação entre as pessoas, quebrando paredes e conectando espaços.

Costumam utilizar todos os recursos eletrônicos possíveis. Se não existem, tratam logo de pensar num meio de viabilizá-los. Celulares modernos com acessos a redes sociais, emails, internet e todos os recursos que lhe deixem informados e a um pé das decisões imediatas. Não se configuram a um perfil de beleza, ainda que vaidosos e antenados a tudo de novo que surge no mercado, que retarde para mais tarde a preocupação com a velhice. Usam chinelos para o trabalho, mas também a inovação como ferramentas necessárias para o bem estar produtivo. Não fazem questão de possuírem os requisitos básicos da inteligência, no entanto se adaptam fácil às novidades, marcando o novo conceito do que é ser inteligente.

Saem do individual para compartilharem espaços e idéias. Aposentam hierarquias e passam a trabalhar com o que existe de mais prático, versátil e funcional. Não valorizam muito a idéia de custos, se o beneficio justificar o investimento. Lançam mão das paredes e salas confortáveis e optam por ambientes estimulantes e sociais. Valorizam a conectividade e repudiam normas e procedimentos ultrapassados. A palavra chave passa a ser mobilidade, porque pessoas modernas precisam manifestar a sua opinião de onde quer que estejam. São pessoas preocupadas com o meio ambiente, causas sociais e a qualidade de vida. Trabalham sob pontos de vista diferente das gerações anteriores, advindas das guerras, recessões e desemprego, acostumadas à ambientes formais, horas extras intermináveis e a trabalhos em finais de semana.

Essa geração é valorizada no mercado atual, onde dominam as tecnologias recentes, porque seu grau de influência e consumo também é grande. Ao mesmo, tempo que conseguem transmitir aos novos pares a funcionalidade de um novo aparelho são também consumidores da mesma tecnologia que vendem com a mesma versatilidade de ser atual e altamente exigente.

Podem ser perfeitamente entendidos como superficiais, distraídos e insubordinados, por estarem mais a costumados a buscarem o que querem, ao invés de se submeterem a condição de merecimento. É uma garotada avançada para os padrões sociais, no entanto descoladas na era digital, onde tudo acontece de modo rápido e expansivo. Possuem diversas maneiras de se expressarem, por isso acabam dando mais valores às emoções instantâneas do que a simulação de comportamento com necessidades estrategistas, que justifiquem sua impetuosidade. Ansiosos por natureza, acostumados a elevadores inteligentes, a IPOD, IPED, a internet banda larga de 100 mega, à ligeira adaptação a desconhecidos, uma vez que conhecer pessoas, acaba sendo uma maneira natural de estar inserido no meio onde vivem, conspirando a seu favor a idéia de juntar na mesma linha horizontal, a realização profissional em deixar para segundas intenções à satisfação pessoal, do qual o trabalho lhe permita navegar entre a obrigação e prazer. Obrigação. Tai uma palavra que essa turma não entende. São totalmente desprendidos, soltos e costumam fazer apenas o que gostam.

Nada dentro de uma caixa com visão para os fundos, sem que lhes dêem algo maior que possibilidade de voar mais alto que a própria imaginação.

Imaginação. Outra palavrinha mágica muito usada no dicionário virtual da Geração “Y”. É dentro dela que o mundo virtual acontece e que acaba encontrando um jeito de se fundir com a realidade, como um avatar. O imaginário tem feito historia, quer seja no entretenimento, quanto na própria medicina. Muitos jogos de vídeo games têm ajudado muitos cientistas a criarem aparelhos e mecanismos que permitam dar vida a um membro do corpo perdido, como uma perna ou um braço, fazendo com que as muletas aos poucos sejam substituídas por membros mecânicos, dando origem a homens biônicos perfeitamente inseridos na sociedade, devidamente preparada para receber com alegria, invenções que permitam o ser humano a voltar a sonhar. E sonhar é outra maneira prática de se colocar os planos imberbes no estágio de acontecimento. Tudo hoje em dia está surgindo em velocidade ampliada com menos tempo de reposição e dificuldades reduzidas e isso estimula a ansiedade, nos tornando impacientes para sequer esperar o reset do computador ou os dois minutinhos que o microondas leva para aquecer o jantar.

Essa geração tem pressa, porque a ansiedade é uma característica dos inovadores. Trabalham perfeitamente em ambientes agitados que exija conhecimentos práticos e poucas formalidades. Possuem um estilo arrojado, ‘antenado’ com o mercado e ao mesmo tempo com o meio social, lhes permitindo sair do escritório de paredes pálidas de persianas incolores para encontrar com a turma num barzinho descolado com abajures reluzentes. Respeitam as pessoas como são e recriminam com facilidade preconceitos, com sexo, humor, cor e estilo. São capazes de criarem e expandirem seus interesses em ambientes que permitam envolver afinidade com o trabalho do que o estimulo insosso somente por cargos e quando estimulados, dão mais valor a interação do que ambientes sem muita conectividade e bem ao contrário das gerações passadas, estão mais interessados no que irão fazer do que somente no quanto irão ganhar. Velhos tempos em que a ambição era conseguir um emprego no Banco do Brasil e fazer carreira como funcionário público.

Sentem-se valorizados quando tratados com respeito por suas idéias, por seu caráter, pela criatividade, pela transparência, pela espontaneidade e originalidade que estabelece um lugar cativo às suas conquistas. Essa galera, que chega ao mercado aparentemente tarde, impõe seus valores totalmente arrojadas para os padrões das eras passadas, onde a meritocracia era o que o resultado principal como realização profissional, levando o sujeito aos louros da aposentadoria. Hoje qualquer um que pense em passar vinte anos dentro de uma empresa, está fadado a perder os próximos vinte anos repetindo a mesma coisa.

Até mesmo quando o assunto se refere a relacionamentos, a modernidade também mostra a sua evolução, já que namorar nos dias de hoje passou a ser um estágio reservado de três finais de semana, devidamente programado pela agenda do celular com a possibilidade de mudanças repentinas. Para alguns é o tempo suficiente e necessário para cair à ficha e perceber que não está mais plugado na vibe.

Talvez, o difícil para as grandes companhias nos dias de hoje, seja estimular essa galera a criar mais, sem se desmotivar demais, limitando suas idéias com meios pouco funcionais, não dando valor a modernidade que conecta diversos interesses, entendendo que os profissionais do futuro são aqueles que podem gerar resultados imediatos, mesmo com aparência de quem que acabara de passar pela adolescência, com o rosto recém marcado de espinhas, cabelinho emaranhado como quem acabou levantar, prontos para ir para o trabalho de mochila nas costas ouvindo musica que baixou da internet, assistindo pelo celular a programação da TV digital, ao mesmo tempo em que, faz amigos pelas redes sociais, deixando a prancha de surf estacionada entre a impressora e a baia do chefe, não entendendo o que um colega quer dizer ao outro, quando ensina como passar um fax. E quando chegam em casa passam um torpedo para a mãe dizendo o que querem comer no jantar em twittez, googlez, taguez, e internetês.

Parece que de uma hora para outra, passamos a viver num tempo em que os pais deram lugar aos filhos e que escrever um português errado ‘dá mais barato’ do que ficar criando palavras antigas para dizer o que pensa. E pensar é justamente o que essa turma faz, quando os gestos dizem menos do que deveriam dizer, até mesmo porque o controle do mundo pode estar nas mãos de quem acabara de ligar o Playstation.

“Nem por você, nem por ninguém, eu me desfaço dos meus planos. Quero saber bem mais que os meus vinte e poucos anos.” Já dizia o velho galã nos seus áureos tempos de sua modernidade, n qual na época, ousadia era levantar a gola da camisa à altura do topete.

Não importa a geração que viveremos no futuro, porque todas de alguma forma colaboraram para o estagio que vivemos hoje, até mesmo porque o futuro era aquilo que a gente esperava para amanhã, mas que o presente faminto resolveu torná-lo presente, hoje.

Muda o homem que pensa que o mundo não muda.

Joel Thrinidad
Enviado por Joel Thrinidad em 12/01/2011
Código do texto: T2723738
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