AMOR....AMOR?

AMOR...AMOR ?

O fato de alguém permitir que o “amem” pode significar apenas decréscimo em seu caráter pela deturpação do espírito ou por reflexos de prejuízos fisiológicos, permitir não garante reciprocidade . Por vezes quando uma pessoa está perdida em sua auto-estima, aceita, permite que o amem na tentativa desesperada de se auto recriar e quem insiste despojadamente em permanecer lutando para fazer aflorar a rebentação de uma velha paixão em alguém desesperado e perdido, obviamente vai frustrar-se .A menos que esse abnegado amante queira viver de migalhas ,de sobras de um grande amor já vivido plenamente por outra pessoa . Quem arrisca a fazer seu companheiro a superar seus desamores nunca vivenciará a grandeza e emoção do amor espontâneo, jamais conhecerá o sintoma exato do arroubo,do êxtase de um grande amor.. Esse sentimento é expresso pela palavra de origem latina ‘amore “, rematada no sublime vocábulo amor.

Ás vezes, quando a palavra amor é proferida, soa como um cognome ou tem como significação aproximada uma locução estereotipada, designando um pacote de sentimentos egoístas que visa o próprio proveito e que transforma o ser amado numa grande vítima.

È,... para algumas pessoas, eu te amo traduz um sentimento de posse e direito de usar todo o tipo de atitude abusiva contra o tal amado È lamentável ver a expressão: eu te amo empregada inconscientemente como um slogan vulgar. Submisso o harmônico vocábulo amor vai sendo desgastado por pseudos apaixonados. O que deveria ser a mais alta expressão do pensamento: o verbo amar vem sendo mal articulado por alguns inconseqüentes que ferem sua própria dignidade, e não percebem como esse sentimento imposto é mal digerido pelas vítimas de alguns amores.

Que coisa estranha essa coisa de chamar de amor o desejo de ter outro ser subjugado por muitas mentiras, palavreados sobrepostos tendenciosamente. E o pior, em breve, todo aquele que começa acatar boatos termina por exercitar calúnias que espontaneamente serão estendidas sobre quase tudo e quase todos que os cercam. ( algumas pessoas quando se injetam um relacionamento “amoroso” exigem que seu companheiro(a) afaste-se de amizades antigas identificando nas ditas amizades, defeitos reais ou urdidos). Existe uma diversidade de casos expressando de forma muito esquisita essas versões estereotipadas de amor. Algumas pessoas enfraquecidas, acometidas pela persuasão e auto-sugestão de ainda poderem ser muito amadas tornam-se arredias, sentindo-se a salvo do mundo, protegidos do que já viveram ou do que poderiam viver, sem se dar conta que apenas se transformaram em tolos dependentes, excluídos do universo de sua identidade.

Amor não é criar ave em gaiola, incapaz de voar e subsistir sozinha. Amor é ser pássaro e ensinar o substrato de nosso amor a voar assim que ele nasce. Amor é sentimento concebido em berço livre. Amor não é quebrar as asas de um pássaro e apóia-lo indefinidamente. Amor é cuidar com infinito desvelo o espaço e o habitat em que vive o pássaro amado para que ele viva sem se ferir, é desejar que nossa “ave” jamais precise de nós para sustentá-la com as asas quebradas.

Amor é incentivar a quem amamos a amar tudo que ele tem direito de amar com liberdade.

JOYCE RABASSA