FAMÍLIA: quem inventou a palavra "famulos" e o conceito de casamento?

O termo família foi cunhado pelos romanos na época do império e a Igreja se apropriou do termo e do conceito

Em latim “famulus”, os escravos e servidores que vivem sob o mesmo teto, as pessoas de uma casa.

“Família” então é derivado do latim “famulus”, e significa “escravo doméstico”. Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas à agricultura e também escravidão legalizada. (wikipedia.org)

Que Deus é esse concordaria com um lugar de escravos? Esse negócio de que o cristianismo deu uma resignificação do conceito é argumento, falácia, conjectura de quem reproduz as mentiras herdadas do Império Romano. Apesar disso, ninguém vive sem um grupo social, daí vem o conceito de “Pater”, “Clã”, “Tribo”, “comunidade” e por último o conceito que a igreja inventou “Família”, grupo de pessoas exploradas que serviam às elites no campo e na cidade fazendo serviços braçais e pesados, serviços domésticos e tarefas agrícolas.

Como podemos perceber o termo não tem nada a ver com Deus, do mesmo modo que o Natal, festa pagã realizada a um deus romano e trazida para dentro da igreja sob pretexto de reverenciar o nome de Jesus celebrada em 25 de dezembro, não tem nada a ver com o nascimento real de Cristo e nem com adoração ao seu nome, o conceito de família não passa de uma manipulação católica. Pior é que todas as igrejas protestantes aderiram ao conceito e insistem em afirmar: “A família foi instituída por Deus”. Que deus? Só se forem os deuses romanos, porque Deus, em nenhum momento teria inventado a família.

“Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele. Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar. E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apergar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam” (Gn 2.18,21-25).

As três palavras em hebraico ayît, bêt, mishpāhâ que aparecem nos textos Êx 12.7; Lv 25.29; Dt 11.20 não vem com o significado de família. Bêt no sentido literal é “casa” e casa não é família, casa é espaço físico. Bêt’el é Casa de Deus, Belém é “casa de pão”, então o termo Bêt não designa pessoas coisíssima nenhuma, mas um local, um espaço físico onde Deus se manifesta. Bet’ab designa “casa do pai”.

No direito romano clássico a "família natural" cresce de importância - esta família é baseada no casamento e no vínculo de sangue. A família natural é o agrupamento constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos. A família natural tem por base o casamento e as relações jurídicas dele resultantes, entre os cônjuges, e pais e filhos.[1] Se nesta época predominava uma estrutura familiar patriarcal em que um vasto leque de pessoas se encontrava sob a autoridade do mesmo chefe, nos tempos medievais (Idade Média), as pessoas começaram a estar ligadas por vínculos matrimoniais, formando novas famílias. Dessas novas famílias fazia também parte a descendência gerada que, assim, tinha duas famílias, a paterna e a materna. (wikipedia.org)

Em nenhum lugar da Bíblia se chega a ler a palavra “Casamento”, lê-se: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apergar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne”. Onde está a palavra “Casamento” neste trecho? “Sua mulher” não quer dizer casamento no sentido conotação que o cristianizada herdada do Império Romano nos trouxe e repassada a nós através da Igreja Católica Apostólica Romana e pelos evangélicos ou protestantes originários de um mesmo padrão de pensamento, insurretos ingleses e alemães, calvinistas gananciosos e sedentos de dinheiro, luteranos assassinos dos anabatistas que pensavam um pouco diferente e divergiam o do jeito das pregações de Lutero no tocante aos interesses elitistas e os anglicanos entregues à luxúria defendida por Henrique VIII que que ria separar-se da esposa para casar-se com sua amante Ana Bolena, além desta havia ainda outra amante do rei: Bessie Blount. O Papa discordou do rei em abandonar sua mulher Catarina de Aragão para casar-se com sua amante, por isso ele rompeu co a Igreja Cartólica e iniciou o movimento de Reforma na Inglaterra, fundando a própria igreja e tornando assim o próprio papa de sua religião.

O termo casamento foi cunhado para defender os interesses econômicos, tanto da igreja, das pessoas interessadas em patrimônios e dos cartórios. Quem não tiver dinheiro não casa, junta os trapos, porque, casamento custa caro. Há grupos especializados em realizar festas de casamento, e lucram bastante, logo o casamento favorece o sistema e visa lucro. Com o advento do capitalismo tornou-se um rentável negócio. Não é por acaso que os barões do café ofereciam suas filhas em troca de um dote, os reis faziam acordos de paz oferecendo suas filhas a um príncipe de outro reino, a fim de unir os dois reino no futuro e fundi-los um com o outro aumentando suas posses. Assim foi com os reinos de Castela e Aragão em Portugal, só para citar um exemplo.

QUEM CASA QUER CASA

Das muitas coisas

Do meu tempo de criança

Guardo vivo na lembrança

O aconchego de meu lar

No fim da tarde

Quando tudo se aquietava

A família se ajuntava

Lá no alpendre a conversar

Meus pais não tinham

Nem escola e nem dinheiro

Todo dia o ano inteiro

Trabalhavam sem parar

Faltava tudo

Mas a gente nem ligava

O importante não faltava

Seu sorriso, seu olhar

Eu tantas vezes

Vi meu pai chegar cansado

Mas aquilo era sagrado

Um por um ele afagava

E perguntava

Quem fizera estripolia

E mamãe nos defendia

E tudo aos poucos se ajeitava

O sol se punha

A viola alguém trazia

Todo mundo então queria

Ver papai cantar pra gente

Desafinado

Meio rouco e voz cansada

Ele cantava mil toadas

Seu olhar no sol poente

O tempo passa

E hoje eu vejo a maravilha

De se ter uma família

Enquanto muitos não a tem

Agora falam

Do desquite e do divórcio

O amor virou consórcio

Compromisso de ninguém

Há tantos filhos

Que bem mais do que um palácio

Gostariam de um abraço

E do carinho de seus pais

Se os pais se amassem

O divórcio na viria

Chamam a isso de utopia

Eu a isso chamo paz.

O termo “Quem casa quer casa” está correto, porém quem casa não quer só a casa, mas quer também o carro, a conta no banco, e se numa possível separação o homem ou a mulher não dividirem os bens, o caso vai parar nas mãos de um advogado que também leva um dinheirinho. Eta negócio bão sô esse tal de casamento! É bem isso que o padre Zezinho canta em sua música “Utopia”:

“O amor virou consórcio, compromisso de ninguém”.