MARCELA   TEMER    E
        MARIA TEREZA GOULART


 "A memória nacional é tratada como lixo".                               
               JoãoVicente Goulart


Deixei passar algum tempo para escrever sobre a musa do verão, a Senhora Marcela Temer, esposa do Vice-Presidente da República. No entanto discordo frontalmente quando leio ou escuto que nunca houve segunda – dama tão bonita quanto ela. Os mais novos não conheceram , mas aqueles que já têm mais experiência de vida e idade, não podem estar tão esquecidos assim, houve sim , talvez mais bela e sem dúvida bem mais nova.

Ela era a Sra. Maria Tereza Goulart, esposa de João Goulart, (Jango), quando era Vice-Presidente de Juscelino Kubitschek de Oliveira ( de 1956 até 1961) e primeira dama quando Jango ocupou a Presidência, devido a renúncia de Jânio Quadros, no dia 25 de agosto, de 1961 até 31 março de 1964. Isto aconteceu porque na época, a eleição do vice era independente da eleição para Presidente .

Desta forma, ela foi segunda-dama com 17 anos e primeira aos 21 anos.

Entre as afinidades das duas personagens, estão a discrição e a preferência amorosa por homens de mais idade. A diferença de idade entre Tereza e Jango era de vinte e dois anos. Quando iniciaram o namoro, ela tinha 17 anos e ele 39. Já Marcela tinha 20 anos e Michel 63 quando iniciaram seu namoro a diferença de idade entre eles era de quarenta e três anos.

O importante em tudo isto é que o aparecimento delas em público, que causou um grande impacto nos brasileiros em geral. A grande diferença é que Marcela se apresentou ao público no primeiro dia, no início do governo. Aos 27 anos ela explica que participou de um concurso de miss, mas esclarece que isto é coisa do passado, ficando na adolescência.

Por inspiração de Temer, formou-se na FADISP ( Faculdade Autônoma de Direito), só não prestou o concurso para a OAB, pois com a chegada do primeiro filho, Michelzinho, não houve condições, já que ela priorizou o filho em detrimento dos estudos. O garoto inclusive ficou aborrecido com a mãe, que o deixou com a avó e a babá para ser alçada a vice primeira dama do Brasil.


Já Maria Tereza surgiu em público no último comício que o marido fez, no dia 13 de março de 1964, isto é, quando o governo estava prestes ao fim e praticamente no início da tragédia que se avizinhava. Dezoito dias depois do comício das reformas, João Goulart foi deposto pelos militares.

 Tereza Goulart não se escondeu durante o tempo em que esteve no poder, mas apareceu realmente no palanque em frente da Central do Brasil com a presença de cento e cinquenta mil pessoas e ficou na mente de todos como se fosse a representante feminina de todas as brasileiras. Aquele perfil de escultura grega acompanhando o marido e lhe dando apoio na hora certa não demonstrando medo ou receio do que já sabia que iria acontecer.

A respeito do comício da Central do Brasil, ela comenta: " participei de outros comícios na campanha de 1962, mas aquele da Central foi o comício das reformas de base, um marco daquele momento político.  Eu sabia que era um momento difícil, pois já havia notícias de atentados e de movimento e tropas militares. O médico dele havia proibido que ele participasse daquele comício, já que ele tinha sérios problemas cardíacos. Foi ali que aprofundei minha admiração pelo caráter de meu marido e entendi que o Brasil o merecia. Foi ali que ele se tornou um mártir de nosso país".


Leonel Brizola falando de modo agressivo, colocava medo nas classes mais conservadoras. Jango anunciou a estatização das refinarias de petróleo e que encaminharia ao Congresso Nacional as “reformas de base”, começando pela desapropriação de terras às margens das ferrovias e rodovias federais; o país prestes a pegar fogo e Maria Tereza serena, impassível e linda como sempre.


Nos anos 70 em uma entrevista, disse que se sentia lisonjeada quando era imitada em seu modo de pentear os cabelos. Inclusive “Aquele Coque” era o modelo para as moças da época. O Brasil precisava mudar e ela  procurava estar à altura de seu marido, que mesmo com risco de sua vida procurava mudar o país.O Brasil de Marcela precisa de reformas. Em verdade, as mesmas propostas à época de Maria Tereza, que até hoje não foram implementadas e já se passaram quase cinquenta anos
.

Frase de desculpas à família Goulart proferida durante a cerimônia de Anistia:
"O governo reconhece os erros do passado e pede desculpas a um homem que defendeu a Nação e seu povo do qual jamais poderíamos ter prescindido".
             Luiz Inácio Lula da Silva.
             35°  Presidente do Brasi
l


        










Ruy Silva Barbosa
Enviado por Ruy Silva Barbosa em 03/02/2011
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