Candidato dos Pobres X Candidato dos Ricos

Preocupa-me a mensagem que alguns líderes de nosso país transmitem à toda sociedade.

Quando sobe-se em um palanque, ou utiliza-se os meios de comunicação e brada-se que seu governo governará para um determinado setor da sociedade, ele – o líder – está enviando uma mensagem negativa à quem não faz parte desse setor.

Mais: Dissemina o preconceito entre as classes ao promover esse clima de inoportuna rivalidade.

Com isso os abismos entre nossa sociedade crescem cada vez mais.

O pobre julga-se injustiçado pelas “elites”.

O empregado considera-se um eterno explorado pelo patrão.

Do outro lado as “elites” sentem-se inseguras e erguem muros de tijolo e indiferença a fim de fugir do contato com seus irmãos menos abastados. O empregador começa a observar seu empregado apenas sob a ótica monetária e deixa de atender suas mais diversas necessidades.

As discrepâncias se agigantam cada vez mais em notável prejuízo à todos.

Funciona assim: O candidato dos pobres versus o candidato dos ricos.

Ah, nossos líderes, como são insensatos!

Para manter o poder jogam uns contra os outros, querem criar um apartheid e promover a segregação.

Pobre ou rico temos todos necessidades, precisamos todos de atenção, carinho, amor, educação, saúde...

Estar pobre não é virtude nem defeito, assim como estar rico também não é, são apenas contingências transitórias, assim como a vida material.

Caro (a) leitor (a), no ambiente familiar, religioso, profissional, comunitário, de alguma forma exercemos a liderança, portanto, faço-lhe um convite à refletir na importância da mensagem que transmitimos através de nossas palavras e principalmente de nossos atos.

Vejamos por exemplo se como pai ou mãe não estamos criando um ambiente de desunião entre nossos filhos ao fazer comparações inconvenientes e estabelecer uma competição infrutífera.

Analisemos se na instituição religiosa que freqüentamos não estamos colaborando para que se criem grupinhos que não raro desembocam em comentários menos dignos da instituição e também da vida alheia.

Consultemos nossa consciência e vejamos se no ambiente profissional promovemos acintosa ou sutilmente a desunião entre as pessoas.

Reflitamos sinceramente se em nossa vida procuramos difundir a união, ou se a exemplo de nossos líderes, cantamos em verso e prosa que somos o Candidato dos Pobres trazendo verdades para desmascarar o Candidato dos Ricos.

Pensemos nisso!

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 08/11/2006
Código do texto: T285711