Herança maldita do "ZÉ"

A HERANÇA DO ZÉ- 1

Ás vezes, nem sei por quê, quedo-me a lembrar do Zé. Não, não é um Zé qualquer, refiro-me àquele Zé que nos foi empurrado pela goela abaixo como Presidente da República do Brasil. Aquele que passava os dias implorando ao Congresso Nacional Constituinte, para conceder a ele só mais um aninho de mandato, pois gostaria de ficar o maior tempo possível com a faixa presidencial. UffT! Foram cinco longos anos, como demorou passar...

Bem, o que eu quero recordar mesmo, é a idiotice dos seus discursos, que sempre iniciavam assim: “brasileiros e brasileiras”. Mas, o pior de tudo, é que a moda pegou. Hoje, outros políticos estão copiando essa estapafúrdia alusão a um povo, separando os sexos.

Não conheço, nem por ouvir falar que alguém de outra nação, costume saudar seu povo, referenciando-o no masculino e também no feminino. Só mesmo o complicado Zé, que achava que complicar era melhor que “descomplicar”. Sabe como é... Coisas de políticos... Ainda bem que essa moda não pegou por inteiro, senão... Já pensou conversar com alguém mais ou menos assim: “os americanos e americanas, os alemães e alemãs, os franceses e as francesas, os chineses e as chinesas” e ai por diante.

O saudoso Presidente Getulio Vargas, sempre iniciava os seus discursos desta forma: “trabalhadores do Brasil”. Será que ele queria se referir apenas aos homens deixando as mulheres de fora?Jesus disse: “vim ao mundo para salvar o homem”. A mulher não? Há também o dia de todos os santos. Será que as santas não têm vez? É simplesmente lastimável!

Quando se faz referência a essa gente tratando-a apenas pelo masculino, não citando a mulher, ela ficaria de fora? Dá vontade de rir ou de chorar?

Quem sou eu para julgar um membro imortal da nossa famosa Academia Brasileira de Letras, entretanto, acho que o tratamento de um povo deve ser apenas no masculino, pois é abrangente a toda população. Não é necessário especificar seus sexos. Há muitos milhares de anos que o tratamento de um povo é feito no masculino. Tal tratamento pode ser conferido nas Escrituras Sagradas, portanto, vem de longa data. Eu acho simplesmente ridículo, fantasioso e demagógico.

O professor Pascualle Neto, em um de seus comentários sobre a Língua Portuguesa, disse que quando se diz “brasileiros” ou “americanos”, por exemplo, se refere a um povo como um todo, homem, mulher e crianças, não havendo necessidade de especificar o sexo ou idade. A menos que a palavra seja restrita para pessoas em uma casa, como por exemplo, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, quando teríamos de empregar, “Senhores e Senhoras”, ou Senadores e Senadoras, Deputados e Deputadas, mas isso é outra conversa.

Para completar, gente considerada de grande saber, sejam políticos ou não, vêm estuprando o nosso idioma nos seus pronunciamentos públicos. É comum ouvir alguém pronunciar: “sentar na mesa” e não “sentar à mesa”, ou “subzidio e não “subsidio”. Tenho a impressão que esse massacre do nosso idioma, deve ser alguma brincadeira de mau gosto para chamar a atenção do povo. Será? Com relação à palavra “subsidio” por exemplo, é escrito com “S” entre a consoante “B” e a vogal “I”. Portanto, diz a regra que o “S” entre duas vogais, tem o som de “Z”, mas entre vogal e consoante há que se pronunciar o “S” com o som de “S” não de “Z”. Essa regra eu aprendi ainda quando iniciava o curso do primeiro grau. Dessa forma, a palavra “subsidio” é pronunciada totalmente errada no meu entender.

Tenho notado que até gente da nossa alta Magistratura, membros da OAB e muitos advogados e deputados, têm pronunciado abertamente, “SUBZIDIO” e “SENTAR NA MESA“. Realmente é uma vergonha”

Quanto ao “sentar na mesa” é de uma estupidez tamanha, que dá até a impressão que somos considerados analfabetos por natureza. Será que todos nós “somos burros e analfabetos”?

Outra coisa também é o caso da pronúncia da frase “A na palavra PRINCIPIO”, geralmente pronunciado principalmente por políticos ou pessoas de grande saber, quando o correto seria, “EM PRINCIPIO”, ou mesmo substituindo por, “EM TESE”, para não haver controvérsias

Vejam só! Sabiam que o Zé é membro da Academia Brasileira de Letras? Só para constar.

DURMA COM UM BARULHO DÊSSE...

COM A PALAVRA OS MESTRES DO IDIOMA.

Luiz Pádua
Enviado por Luiz Pádua em 18/04/2011
Código do texto: T2916434